quarta-feira, 4 de maio de 2011

À BEIRA DO ABISMO (II)

Mais uma parte da conversa virtual entre eu e o Murilo Pereira Dias. Mais um dia cinza onde a metralhadora da arte criou vida e voz:

Murilo Pereira dias: ae bro
chamas na mente
incendiando a consciencia fragmentada
em busca de cinzas morbidas
coletivas histeria
compaixão ...e assassinatos
chamas
dança da chama
que chama quem chama
não chega
não vem
nós vamos
ao crepusculo
dominar a semente
o calice

Diego EL Khouri: parece calo a vida que fere e destrói, todos dias ando passando pelo estágio da embriaguez e o que encontro? não sei cinzas talvez

M: perfeito
achou a vastidão livre
e desipmedida
sem fronteiras
sem leis
esse é o rumo vazio e distante
não há volta
é um caminhinho solitario e frio
a única cobaia seremos nós
nossa vontade de se perder
e encontrar esse campo
alienado
infinito
de desencontro
genuino
primal

D: que campo é esse? ao menos teria uma xaminé, fumaça e umas vacas pastando, quero não mais pastar meu caro, tem cortes? eu tenho, sua poesia é a viagem mais delirante e bela que já vi, sou sombrio, tenho meu pau aqui e as bucetas inflamam a dor

M: deve esquecer a humanidade
recair ao abstrato
formas não evoluidas
pau buceta
penetração
lucro
dinheiro
foda-se tudo isso
somos insetos gigantes
devemos morrer
devemos ser alimentos de outras cadeias
mais poderosas que nós
fugir enqto é tempo
tentar matar para viver
natural
lei humana não existe
existe a lei da natureza
do ser bicho
que quer sangue
eliminação
em nome de nada
somente pela extinção de um competidor

D: um matagal semi perfeito
uma luz sem cor
uma voz muda e chula absurda
obtusa
pele e pelo
cara de palhaço
clown sem dente e sem cu
uma voz
nada
mais

M: somente o tempo poderá fornecer essas malicias
sofrer
dor
são coisas humanas
romper a dor
e o sofrimento

D: malicias se quero é deitar e cerrar os olhos
trepanação sem cortes
amor, carinho, existe?
acho é é voz sem voz
ninguém fala
relincham
somos um entre todos?
não
demônios e anjos
somos a voz que terá sua voz e a minha
quero que eles me esqueçam
todos eles

M: nada disso existe

D: que me trouxeram a doença
o que existe?

M: não existe sentimento
apenas fluxo
instinto
determinação
foco
caça
predador
carinho
amor
isso acabou
nunca existiu
não precisa dessas merdas
mas vai demorar a entender
é dificil aceitar
a solidão
e a catastrofe
entropia
saber degustar o foda-se
não pertencer
estando

D:eu aceito o que aceito quando não estou lúcido, lucidez, Lucilda, lu lu tetéia

M: errado
incorreto
trangressivo
subversivo
subterfugio
exilio
abstração

D:exilioo? é o que espero da vida

M: negação
aceitação
perfeição

D: perfeição
mede esforço
sonho é virtude sem sol

M: não existe esforço

D: e o sol é bosta

M: a correnteza leva
o abismo conduz

D: dharma
visão budista?

M: fique calmo
o fim estará proximo sempre
suspire os ultimos dias
e eles se afastarão por um transe
inóspitos
hostis
sedentos
quebrando ossos


D: sedentarismo
auto flagelação
cadáver poético
sombas
poluição
cocada
coca cola
casa
casamento
namoro
tudo alienação
por que eles lá
querem nos distrair
distração leva a prisão
mas o contrário é também prisão
onde tá a saída?


M: nesse campeonato inutil
flamengo gritando na rua
todo mundo
nessa porra
foda´se
pqp
campeão é o caralho

nem uma bronha me rende...
D: meu fígado ta inchado


M: defuntas frescas


D: acredita?
M: bom sinal
preocupação
angustia
eu tbm não vou ao medico
que se foda
meu dente doi ha uma semana
me entupo de remedio
e cana
isso é bom


D: cana cana?
estou bebendo agora
cerveja

3 comentários:

  1. Às vezes os dias cinzentos são mais bonitos...

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  2. Só existe uma saída certa. A "inexistência", a metamorfose, a transformação.
    TUDO é RELATIVO. Por isso se entregar ao predador pode ser uma atitude tão forte quanto fugir dele.
    Predador supremo é a natureza (o universo), do qual nada foge, tudo se entrega.
    O poder está na mente assim como a impotência.

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  3. Nao tive paciencia pra ler nao...
    Mais ta massa
    vlw

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