quinta-feira, 24 de agosto de 2017

EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL "ESTUDOS SOBRE O TEMPO DO ARTISTA DIEGO EL KHOURI



E a Exposição Individual de Diego El Khouri intitulada ESTUDO SOBRE O TEMPO finalizou em novo local. Primeiro foi na Galeria Cultura e Cidadania do Procon Goiânia , depois na 588 Art Show e por fim na Vila Cultural Cora Coralina (Goiânia-GO). Em cada  foram expostas telas diferentes que dialogavam e refletiam a questão do tempo.


Exposição Individual: Estudos sobre o Tempo
Artista: Diego El Khouri
Visitação: 14 de Março de 2017 a 10 de Abril de 2017
Local: Vila Cultural Cora Coralina; Goiania (GO)
Curador: Nonatto Coelho
  
*Na exposição contou com a discotecagem do João Gordo
do Ratos  de Porão e B Negão do Planet Hemp. Atrações
promovidas pelo Go Art (evento de tatuagem). 
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"Pintar por pintar; de repente a imagem surge como uma aparição; flertando, ou mesmo em uma orgia direta com a literatura. Despudorado como os verdadeiros demiurgos, esse pintor que transparece paixão e delírio em tudo que faz é Diego El Khouri. Surpreendente a cada passo em sua caminhada corajosa em direção ao futuro que inexoravelmente chega cronologicamente para todos nós, nos recompensando (ou não) de acordo com nossas ações do presente. Diego faz desse momento presente um brilhante limiar de carreira que nos mostra tenacidade, ousadia e intuição, apontando para dias cada vez mais fecundos no seu “metier Artistic”. Esse jovem ansioso por desvendar a vida é um aventureiro no melhor sentido da palavra, sabe o que quer, e olha a vida de maneira pragmática, sem perder o lirismo e a fé na arte. Expressionista intuitivo, tem o elemento mórbido que dá tempero, fecundidade e mistério ao seu exercício pictórico; sua obra está em constante movimento, em que as cores fortes se ajustam à um desenho nervoso, onde o título convida o espectador apenas como a “porta de entrada” no seu universo. Mas, seu subjetivo é muito mais vasto do que o seu sugestivo título. Diego é uma “alma FAUVISTA” atrelada ao léxico selvagem no senso construtivo da palavra. Seus quadros quase sempre em pequenos formatos ampliam elementos do nosso cotidiano, revelando segredos contidos, ou, outras maneiras de percebê-los, como nos alertou Aristóteles já faz algum tempo, em seus tratados sobre arte no áureo período Helênico." Nonatto Coelho de Oliveira. Curador.
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Fragmentos

"Na filosofia, assim como na arte, o tempo nunca se perde, ele só se cria ou se transforma."
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Na filosofia e em todas faculdades humanas ligadas a criatividade e a transformação do indivíduo como ser pensante, reflexivo, a questão do tempo sempre foi estudada de forma séria e profunda. Mas talvez aquele que mais trabalhou esse tema e o modificou para uma análise mais distinta e complexa (para muitos até difícil de aceitar e absorver a idéia) foi o filósofo francês Henri Bergson. Para ele o tempo não se perde, apenas se modifica, transforma. Esse tempo, cada vez mais massivo, principalmente a partir da revolução industrial, com a idéia de angustia excessiva, do medo do fim da juventude, o time is money, a máquina substituindo o humano, e todo o malefício que a brevidade existencial gera, para esse grande filósofo, foi um erro tremendo a sociedade definir o tempo como um fenômeno linear. Esse tempo do século XXI seria então uma imagem ilusória. Quanto mais interiorizamos essa idéia de não linearidade, quando o espaço-tempo se torna diferente para cada indivíduo, a sensação de liberdade chega em um grau máximo de emancipação. A exposição ESTUDOS SOBRE O TEMPO tende a dialogar dessa forma. Colocar cada indivíduo como centro dos acontecimentos partindo de uma experiência pessoal para uma comunicação maior com o mundo afim de obter uma real liberdade existencial e trabalhar a memória pela fragmentação, fazendo desse quebra cabeças uma noção maior de atemporalidade. Essa sensação de passado, presente, futuro, como uma coisa só gera a liberdade. A liberdade (dentro dessas idéias de tempo) seria o núcleo chave dessa exposição.





Título: A música da Morte
Técnica: óleo s/ tela
Dimensões: 40 x 50 cm
Título: Fragmentos 
Técnica: mista
Dimensões: 70 x 100 cm

Título: Sutra de Lótus
Técnica: Óleo s/ tela
Dimensões: 80 x 100 cm

Título: Daimoku
Técnica: óleo s/ tela
Dimensões: 50 x 70 cm

Título: Iluminação
Técnica: óleo s/ tela
Dimensões: 50 x 70 cm

Título: Nam Myoho renge Kyo
(A não linearidade do tempo)
Técnica: óleo s/ tela
Dimensões: 80 x 100 cm

Título; Nam myoho rengue kyo
Técnica: Óleo s/ tela
Dimensões: 80 x 100 cm

Título: Réquiem
Técnica: óleo s/ tela
Dimensões: 40 x 50 cm

Título: Nirvana (Luz transcendental)
Técnica: óleo s/ tela
Dimensões: 80 x 100 cm
Título: Visão Dualística Do nascer e Morrer
Técnica: óleo s/ tela
Dimensões: 50 x 60 cm
Título: Releitura da obra " Corpo Inteiro" do fotógrafo Leonard Nimoy
Técnica: óleo s/ tela
Dimensões: 40 x 50 cm
Título: Clown na chuva
Técnica: óleo s/ tela
Dimensões: 80 x 100 cm

Título: Clown Confusão de cores
Técnica: óleo s/ tela
Dimensões: 80 x 100 cm

Título: Clown flautista
Técnica: óleo s/ tela
Dimensões: 60 x 60 cm
Título: Sol
Técnica: óleo s/ tela
Dimensões: 40 cm x 50 cm
Título: Bon Appetit
Técnica: óleo s/ tela
Dimensões: 50 x 50 cm

Título: Bianca Laboissiere
Técnica: óleo s/ tela
Dimensões: 30 x 40 cm
Título:Arnaldo Baptista
Técnica: óleo s/ tela
Dimensões: 30 cm x 45 cm
Título: Monumento Três Raças
Técnica: óleo s/ tela
Dimensões: 60 cm x 80cm

Título: Criação
Técnica: óleo s/ tela
Dimensões: 60 x 80 cm


Título: Tudo aos ancestrais
Técnica: óleo s/ tela
Dimensões: 40 cm x 50 cm

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RETRATOS DA COMPOSIÇÃO

Por: Diego El Khouri

Sinto que a psicodelia ( e tudo comigo funciona através da percepção sensitiva), o impacto em um nascer do sol há uns 4 anos atrás, a experiência espiritual com a ayahuasca em um templo xamânico, e agora sobretudo o meu mergulho no budismo de Nitiren me abriu portas e melhorou meu fazer poético/ visual. Analisando todo esse contexto, vendo as capas dos discos após 1968 (época de revolução radical nas estruturas) até o início dos anos setenta, com aquele acúmulo de cores quentes, predominando vermelho, laranja, amarelo, contrastando principalmente com azul cerúleo, azul hortênsia, preto e sépia, me fez sentir participante desse viver criativo da psicodelia fazendo com que meu trabalho (principalmente nas artes plásticas) tivesse uma cara espiritualista/pagã. E a cadência mítica, sonora, paradoxal do budismo mesclando com as cores da arte oriental, os "desregramentos dos sentidos" rimbaudianos , a vida grega dionisíaca do "carpe diem", são elementos frequentes no meu laboratório criativo. Misto de catarse e percepção espiritual, delírio e racionalidade. A gênese do meu trabalho está no estudo das cores que remetem sim a psicodelia, e os "avanços da revolução juvenil" de Woodstock. Mas isso tudo só foi possível graças aquele espanto maravilhoso provocado naquele nascer do sol, daquela madrugada selvagem e dionisíaca— as cores vermelhas/laranja penetradas pelo azul suave e forte, até findar o vermelho, para em um último momento (como em um orgasmo/ a dança voluptuosa dos amantes) pintar o céu de rajadas amarelo de cádmio claro, branco, por fim o azul, o azul, o azul...

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