sábado, 19 de setembro de 2020

OUTSIDER DA GALÁXIA DE PARNASO (III)

Por: Diego El Khouri

um acorde dissonante. garrafa pela metade. azedume. cheiro fúnebre,  pútrido de carniça. violão sem cordas. árvore sem galhos. o limite da queda. cair em tonel de barro. veneno tóxico. afago. outsider da galáxia de parnaso. os dentes da alma se espatifaram. profundo buraco. feridas expostas. aquela sombra vomita. ela é eu: a sombra e o “disco voador tatuado" . fuga planetária.  asco. cadavérica paisagem. os filhos da morte sussurram em meu ouvido os tratados de uma lei que provavelmente não irei cumprir. cuspir em deuses e altares. mijar na porta do sacrário. se entupir daquilo que mata...  gotas de sangue. sem trégua. sem descanso. cansaço. pintar com sangue as paredes  da carne. se embriagar em puro néctar. arranha-céus de merda e miséria pra todo lado. o enforcado. escalafobético. maldito. Insano. anti convencional. labareda fulgurante. fumaça ácida. cativeiro no rádio-abismo. alicerce dos excluídos. porrada na cara. chute no estômago. “poesia das inevitabilidades”. sem conexão com as artérias mais íntimas. no perigo do instante. nas divagações que o cântico entoa.



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