sexta-feira, 11 de setembro de 2020

OUTSIDER DA GALÁXIA DE PARNASO

 é necessário cagar, mijar e vomitar na cara fétida dessa sociedade escrota e injusta que tanto desprezo. Abrir as portas, escancarar as feridas, cuspir na cara dos vermes que rastejam com suas morais disfarçadas em lixo pútrido e calhorda. Traficar os delírios mais insanos e inconfessáveis possíveis. Fuder a gramática e toda bunda molice que nos empurram goela abaixo. Minha arte é esse perdulário do caos emergido em palavras preciosas que só os desajustados conseguem penetrar. Revirar de cabeça para baixo as mentes preconceituosas e escarrar na boca imunda dos ególatras da burrice e perversidade todo nojo que sinto por essa merda toda. Esfaquear o simulacro limpinho que esses caras de bosta desfilam por aí com seus luxos pueris e sem expressão nenhuma. Corpos cheirando perfume batendo ponto em igrejas-prisão, igrejas-cocô, igrejas-vampiro. É necessário não se enquadrar. Enlouquecer. empunhar o dedo em riste pra toda essa porra que aí está. Não me agrego. A vagabundagem é o caminho errante do poeta. Insubmissão total. Fazer tudo o que não querer. Beber tudo o que temem. Fumar tudo que abandonam. Eles não tem coragem de delirar. Ficar bêbado na cratera da lua. Vários, vários e vários baseados. Um atrás do outro. Comer o cu da existência que pede uma penetração mais profunda. Casamento perfeito entre a vida e a morte, o sangue e as cinzas. Bater punheta toda vez que posso. Esporrar nos jardins da contemplação. Sem parte com essa merda. Sem estado e família, sem partido e leis. Apenas a periferia. Apenas os excluídos. Apenas os malditos. Apenas os drogados. Esses fazem festa comigo. "A moral é a fraqueza do cérebro", já dizia a putinha do Rimbaud, meu irmão de hemoglobina e delirium tremens. Inferno de Dante. Cabeça de comprimido. Budismo drogado. Junkie das infinitas rupturas. Cagar e andar. Merda na mão. Câncer no cu. Palimpsesto da memória. Satanás e o fumo nas escadas das vertigens. Ausente de tudo. Ser phoda, ser foice, ser martelo, dinamite, abismo e precipício... porque o que resta é não se limitar. Sem currículo e estadia. Sem dores e alegrias. Olhar distante. Imaculado. Caminhar de um lado para o outro e chegar em lugar nenhum. Pária e pátria perdida. Nadar contra a maré. Espancar fascista. Rasgar a pele. Esbofetear o ego. Aterrorizar a assustar. Atropelar. Cair e levantar. Escarrar, escarrar, escarrar...




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