quinta-feira, 3 de novembro de 2011

DUELO CONDENADO

Durante um bom tempo me comunicando com meu irmão da vida e parceiro de composições, Ivan Silva, resolvemos fazer u duelo poético. Mas não seria um simples duelo. Seria algo que dentro da própria escatologia e rimas a gente tratasse de temas complexos, porém de forma simples e direta. Abordamos sobre o que é poesia boa e ruim, a construção do soneto, versos sobre metafísica e pungentes desabafos. Agora depois de um bom tempo de silêncio dei um ponto final nessa briga e coloco aqui na íntegra sem correção nenhuma. Acreditamos da importancia do poeta ter que saber construir um soneto dentro da métrica clássica, isso é indispensável um poeta saber, mas depois de saber trabalhar bem nessa forma, podemos sim perverter o soneto colocando uma cara mais contemporânea brincando coma  forma do poema.
Diego El Khouri

DUELO CONDENADO

AO POETA-METÁFORA (Diego El Khouri; 17,11,2009)

Poeta-Metáfora, canto amargo
nos olhos do cão.
Entre o acaso e o impossível
vou te xingando despejando palavrão.

Vai pra puta que o pariu
pois és livre de todas as ordens.
Eu encarcerado no meio do Nada
preso, sofro parado no vácuo.

Sem métrica comendo merda
quero que sintas a meleca
absorvendo todos os teus versos sem regra.

Quero que cale teu canto
pois enquanto és um poeta e Tanto (!)
eu apenas mais um "fulano".


AO POETA DE CHINELO (Ivan Silva; 17/11/2009)


"Fulano” de chinelo, apenas ando.
Descalço ou de botina...
Na minha mão tenho uma arma
Tu corres enquanto ela atira.

Sem bala, ainda sim insiste em desviar.
Louco e devagar o meu xingo
acerta em cheio tamanho palavrão:
Degustas do teu próprio paladar.

Na métrica a meleca passa
Sou livre como essa puta massa
que no sonho me atinge.

Dizes "poeta e Tanto", mas nesse cárcere
estás preso, nada sabes do meu canto.
Sou esse vácuo, mais perdido que o espanto(!)

 
PORRADA NA ALMA (Diego El Khouri; 18,11,2009)

Aceito de bom grado essa porrada.
A bala penetra minha alma.
Nessa garganta ressecada
chamas poesia o que chamo de azia.

Ladrão da palavra. Mercenário da fala.
Ouço tudo e calo. Acabo de cuspir
na tua cara versos sem fala.
Corro, esguio feito anjo sem asa...

Se me atiras sem bala
e ainda cospe na minha cara;
se na vida o silêncio é barulho

e se o homem é um ser moribundo
sua metafísica toda me devassa
pois és um anjo que fode minha alma.

 

FÉTIDA DERRETIDA (Ivan Silva; 18;11;09)


Tens a verdade: seu alimento
essa bosta de excremento.
A verdade tu tens até na ênfase
e me caga duas, três, mil vezes...

Quanta gratidão no teu aceito
cuspindo esse cuspe que me fere.
Tu és o Anjo que tens a praga,
essa azia que teu peito lhe corrói.

Mas o teu cuspe! És o Sutil dos Sutis
no embuste que me urda.
Arcangelical porque não me ajuda?!

Sua mentira é que corre.
Mas como voa a sua alma muda!
Enquanto a minha vai no disforme...

AGONIA DE UM MALOCA (Diego El Khouri; 19/11/2009)
Se pensas que tua bosta me atinge
estás muito bem enganado, mancebo.
Antes que me atinjas já estou morto
com a boca chula, e o dente podre.

Falas num tom neo clássico
o cuspe que engulo, a merda que mastigo.
Mas meu amigo, em teu peito brota
os versos torpes que me comovem.

Pareces um demônio
-mais que anjo, mais que profeta-
ao destruir todos meus sonhos.

Com tua poesia metafórica
ainda acredito que é o melhor
pois enquanto escreves eu despejo rancor.


 

ENGANO CABALÍSTICO ( Ivan Silva; 19,11,09)


O meu Canto enturva a lua
Serena noite dos cantos  loucos!
Sou um torpe clemente,
Meu sonho pra ti é pouco, deficiente.

É com desgosto que eu te chateio
“Poesia pobre sou teu receio
Na lua estúpida estou muito vivo
Numa velha dúvida do som lascivo.

Despeja rancor em nome da morte
Com a boca chula, chucra, ou sei lá o que...
Curou minha ferida fazendo um corte.

Se eu fecho meu bico a lua conserta.
Sou louco por sofrer sem a merda. Um desgosto, 
 sou um lixo,  morrerei  na  cautela.

 

RISADA SATÂNICA (Diego El Khouri; 21,11,2009)


Vem, poeta, me conte com amor
todos seus pontos fracos. É com eles
que te levo a insana dor!
Por favor, me esbofeteei na cara!

Acaba logo com tudo isso!
Se minha saúde vai mal
a nada me sensibilizo
pois não existe mais futuro.

Te xingo e te xingar
é a única coisa que posso...
No fosso terminamos juntos.

Um rindo do outro. Rimos de morrer.
És ridículo, pois és humano,
meio demônio e por fim suburbano.


ALMA DESLANGUIDA  RESPEITOSA(Ivan Silva; 18/11/09)


Poeta de chinelo deixas seu delírio
que um martírio mais parece.
Preso, tu sempre sofres.
Sinta, da minha prece a zomba.

Liberdade!Liberdade!Livre, eu
nessa porra de paisagem, tenho sede...
estranhamente mudo como uma pia
num pútrido ralo entupido.

Tu és burro mas tem a mente...
Escuta esse pacóvio ríspido que eu sou.
Que se foda nesse teu vago

Sem métrica , ao menos comer  a merda.
Mas o meu vômito eu bebo ralo
E xingo  a ti Senhor  Enxerga.


 
BOSTA FONÉTICA (Diego El Khouri; 25,11,2009)
Poeta-porra que alimentas excêntrico
respeitas quem é mais velho
e quem tem a estrada mais sofrida
pois não vim ter estilo nem fonema.

Berro, canto, bebo, falo alto...
A vida é um trágico palco.
No banheiro minha boca dentro do vaso...
É tudo culpa sua! tudo culpa sua!

Tento, tento; juro que tentei
mandar-te à fava, à merda,
mas é eu que a engulo!

Preso inevitavelmente nesse cárcere
mastigo a merda que sai do teu rabo
que está jogada solitária num triste assoalho



BOSTA DAS BOSTAS (Ivan Silva, 25;11;09)

Mais velho bem tu és.
Mas existe essa porra de experiência?
Eu ando por lugares fúteis sem cenário.
Uma estrada sem caminho de argumento.

Minha merda é horrível!  quando tu comes.
Ainda mais sou novo, um mancebo.
Desprezivelmente abandonei minha merda
Pra cantar o meu vômito  ralo.

Te respeito Senhor – Enxerga.
Assim como jura ter tentado mandar-me à fava.
(E sem saber se conseguiu ou não)

Vou te deixar nessa porra de dúvida.
Quero que sinta minha dor que é doce
E na dor de barriga eu me derreto sem pose.


 

VÔMITO DOS VÔMITOS (Diego El Khouri; 27,11,2009)
Bebes em porções caudalosas
o vômito poético, metafórico
que deus cospe eufórico
e o diabo lambe disforme.

É engraçado... Abandonastes a merda
para  que no vômito ralo
ristes de minha insana desgraça...
Achas graça em tudo que me maltrata.

Maltratas meu corpo e fode minha alma
e me ridiculariza em versos, sonetos.
Tenha pena do meu pungente desespero!

Quero eu mesmo pela  tua garganta
enfiar-te goela abaixo o vomito e o catarro
que comparas com qualquer tipo de barro.


TERRÍVEL (Ivan Silva; 27;11;09)

Engolir esse vômito e o catarro.
Tudo parece muito nobre
Pelo engrandecimento que os dá.
Eu estou rindo, mas é de fel

Amortalhado pelo sentimento
Ridículo, pois, e tu cospes, “recospes”...
Essa grandeza é pobre
Por isso pra mim é uma nua gentileza

E que me desça essa desgraça
Na minha goela pequena
Sinto que tu me escorraça (problema)

Tu enobreces o barro qualquer
Em seus versos de estranha beleza.
Vou engolir, mas tu degustas a colher.



O CLOWN DAS ZONAS BAIXAS (Diego El Khouri; 28,11,2009)
Pois bem. Vê se eu entendi.
Enfio-te goela abaixo o vômito ralo
que escapa risonho de meu âmago magro
e me caga mil vez aquilo que pra ti é orgasmo.

Minha poesia um tanto lasciva para teus olhos
é uma buceta nua e aberta.
Nela tudo entra pois é uma janela
aberta, aberta, escura como uma merda.

E assim tu me feres, me feres
como um clown prostituto
que vende sua vida para um causa sem futuro.

O super herói embriagado
com uma garrafa escondida no casaco.
Minha existência tem um propósito: comer teu catarro.



MAL DO CANTO MAL DA GARRAFA (Ivan Silva; 28;11;09)

Eu não tenho catarro, bem queria.
Sou tão sadio que me dá náusea.
Essa abertura na sua poesia
É uma ferida sem entendimento.

Hora parece corroída, na lambida
Eu sinto o gosto muito bem
Hora parece até, mofo?
Cruzes e todos os pais de santos!

Nem reza braba traz cura (graças)
Às vezes pensei no meu canto
Estranho, não sou pássaro.

Loucura, disso eu me basto.
Vou ficar cantando mesmo sem bico
Enquanto tu escondes essa bebida sem “casco”.


 

ANJO SODOMITA (Diego El Khouri; 01,12,2009)

Olá, Poeta-Metáfora, segue
em anexo uma porrada.
Abre logo esse email e debruça-se
na cagada que vomitei bem ali no mato!

Estou encarcerado no trabalho
morto como um belo cadáver.
enquanto eu choro ris de minha desgraça
com o falo ereto para as deusas do pecado.

Acorrentado na Cidade do Orgasmo
tu não passas de um anjo sodomita
acorrentado na carne, na massa, na pica.

vai, me xinga agora! Cale minha voz!
Se a dor segue-se atroz
tu morres como um rato!... Ficara só o pó.



APENAS (Ivan Silva; 03;12;09)

Também gosto de soneto.
Mas mal faço uma linha
e já aparece o canto(maldito)
de um algum espanto, estreito.


Temo não chegar
mesmo magro sou espremido
nas paredes de um terceto.
Mas não goze a mim, Tão Sofrido.

Ainda tento não cantar
--Prometo, se enxergar a minha paz
e o tanto que sou tranqüilo.

Mas não te espantes com o meu grito
nem com a minha promessa. Eu apenas minto!
na tua verdade que me expressa.


POETA DE CHINELO AO POETA-METÁFORA (Diego El Khouri; 07,12,2009)
Agora que se mostras de fôlego curto
no soneto sem métrica ambos despencamos.
É certo que nosso jeito é vagabundo
mas não precisávamos ser tão chulos!

Se rimo coração com tesão
e tu comparas montanhas com nuvens
somos (nós dois) anjos arbitrários
onde se fundem a inocência com a perversão.

(eu) Trancafiado nas grades do capital
pra ti eu pago pau pois és livre
mesmo tropeçando no terceto de forma bem banal.

Com firmeza e sadismo eu podo todo esse lixo...
Poetas sem métrica; uns diriam estilo,
eu digo falta de talento.



AO MANCEBO MAIS VELHO (Ivan Silva; 07;12;09)

Tripudia sobre o meu cadáver
o seu pé rançoso e seboso.
Só não sei de que altura nós despencamos!
(baixos e rasteiros como serpentes)

E tu rima coração com tesão.
Se eu digo montanhas e nuvens
é porque sou pássaro sem bico.
Sou bucólico, e tu, és um atrevido.

Eu não diria (cantaria) falta de talento
E se me paga pau pouco me importa
A sua prisão é a minha porta

Sabe Velho mancebo, eu tinha vivido
mas nada que eu diga te mostra.
Coração feito o meu, só palpita sua bosta.

 


PÁSSARO SEM BICO PICA (Diego El Khouri; 15,12,2009)

Pássaro sem bico só bica a pica.
Estive em silêncio todos esses dias
contemplando a dor que me aniquila
nas tuas metáforas de bardo suicida.

É perca de tempo, -- noite, sereno.
Enquanto ainda estou sóbrio
abro a caixa do correio e lhe envio
a gonorréia que contraí num puteiro.

Porra! Que me importa se é desespero
o que me anima a lamber sem medo
o catarro amarelo que escreve teu enleio!

Leio pra caralho tudo que me vem
mas só tu entendestes meu cárcere
e fizestes de minha dor uma coisa sem graça.


DISSABORES (Ivan Silva; 15; 12; 09)

Não sei dar nome ou título
Meu silêncio é pra se ouvir sem ouvidos.
Sem bico biquei o cujo.
Sabe, até que sem ritmo se torna bonito?

Acho que agora eu sou o sujo
Nas dúvidas eu mesmo me faço no repeteco
Quero que não me reste dessa certeza
Nem mesmo um verso cético

Da sua dor nada mais que o desprezo
Do meu canto nada mais que o rancor
Eu apenas escrevo: que tu estás preso;

Eu sou um pássaro que voou... (engraçado)
Porque será que não estou surpreso?
Uma coisa sem graça tem sabor.


INSISTO, PÁSSARO SEM BICO SÓ BICA PINTO? (Diego El Khouri; 16, 12, 2009)

O bico bica o sujo.
Cu lindo de rameiras chulas.
titubeia quem faz versos puros
quem rouba e não leva, quem xinga e não goza.

Amostra grátis é o que tu ofereces
com esta tua cara de merda.
Perereca suja é que nem atleta
corre, corre, nunca está a espera.

Espera bem ali no mato
que eu te levo quem "tá" no bagaço.
Acho graça quando me chamas de Palhaço.

Seu voou é engraçado...
Não é capaz de compor um verso cético
pois tu és ético em me oferecer teu feto.


POR QUESTÃO ÉTICA (Ivan Silva; 17; 12; 09)

Palavrões caem sem peso.
Só xinga tanto quem faz a prosa
Agora sim, se quer resposta
(É preciso ouvir o meu canto)

Não vem dizer que eu bico bosta;
Que sou mancebo; ”Porque”, caralhos caem
em cima da folha branca, e espanta
só quem tem esperança na morte.

Parece que agora tu xinga por esporte
Como se joga uma pelada na rua
Nos fins de semana mais ridículos.

Pra palhaço só lhe falta quem diz.
Não sou capaz de fazer versos céticos
Mas pra ético ainda me falta, quem sabe o nariz!

 

METRALHADORA (Diego El Khouri; 18, 12, 2009)
Palavrão é arma de quem tem medo.
Poesia o canto do desespero.
Puta é quem chupa por dinheiro.
Calor é a virtude do enlevo.

Se pensas que me derrota com o que vejo
tenho tudo submerso no  cabelo:
desde catarro, a asco e sebo
que é mais forte que seus versos sem freio.

Enviei-te a gonorréia e o catarro
e tu recusas e nenhuma linha cita
vou mandar-te a periquita da vizinha

só para ver se me esqueces
e se ela fede quero mais é que se foda
e que acabe logo com essa porra!

SONETO: AGULHA,NA ÉTICA (Ivan Silva; 19; 12; 09)

Quanto mais você se irrita
com a minha rima. Mais eu jogo ela.
Mesmo que a sua ira seja fina
E não passe de um reles desprezo.
 
Quando eu roubo e não escrevo
nenhum  dos seus versos, é a rima(minha)
que mais parece um pão vencido
um canto enfurecido de fungos.

Mas por favor, não se iluda
É com a minha borracha
que escrevo e descrevo—soneto.

E apesar dessa risca miúda, o que é chulo
te costura a ruela. Ou come esse “pão”,
ou  bebe choco meu esperma.












SE EU ENGULO??!  (Diego El Khouri; 23,12,2009)
Engulo doce teu esperma? Aquele mesmo
que escorrega quente de tua perna?!
Engana-te se era eu o deus devasso
menino sodomita nu nas escadas.

Tua bosta sim, essa eu comi
sem esforço nas asas da maldade.
Crio delírios com o que escreves.
Vez ou outra ainda me feres.

Educado numa escola neo platônica
triturado no complexo moral
vamos nos ferindo nessa luta banal.

Se é porra o que despejas em mim
está mais pra bosta pela escuridão
que vomita de teu rabo sem luz e  razão.


HORROR  E MUCHIBA (Ivan Silva; 23;12;09)

Aos poucos o que fere se refere
Tudo rima e quebra-quebra
Vamos nadar nesse mar de compara
Pra afogar respirando esses vermes

Sem fim  até onde o poço acaba!
Deitar e rolar feito porco na lavagem
Isso mesmo no céu azul sem anil!
Onde eu não sei levar porrada

A luz sem veloz chega a mil
A razão me estrebucha a facada!
Mas a minha febre tão pouco sumiu

Somos dois,  se tu não é o deus  sodomita
Sei que um de nós não vomita.
Engole o que é peido em horror de risada.













SONETO PARA UMA REFLEXÃO NATALINA (Diego El Khouri; 25,12.2009)
Eu sou uma privada ambulante,
deus pagão, onde irônico
despejas versos, maltratas meu ego
risonho como uma puta tétrica.

É festa no sapê, natal, e você, mancebo
não tem nada a dizer?! Perdi a fé em tudo...
Pra ti o que é deus, céu, inferno?
Hoje bêbado vou perder todo meu tempo...

Sim... Vou esmurrar toda sua bateria,
Fuzilar Karl Marx, cuspir em Judas
esquartejar papai Noel e rir sentado num vaso.

Deus implantou em nós o pecado
mas ainda temos o delírio e o orgasmo
e uma metralhadora que se chama arte.        


REFLEXÃO CHULA (Ivan Silva; 30;12;09)

Mancebo velho arrancou-me a língua
Riu sentado no vaso, da míngua!
A bermuda rastejante no chão
Empapada de bosta escorrida

Amarelecida, inseticida, veneno!
Privada é a penumbra dos vômitos
A fé é uma crença dos cômicos
Que sempre tapam com sol a peneira

Deixa de me falar besteira, natal é pra gorro
Noel é mais novo,  deus vai dizer trepadeira
Satã  cobiçado do povo, no meio na asneira

Agora meu velho, Natal é Marxismo
Judas é quem se passa de galo. Acredito
Que quando eu começo a falar, eu me calo.











REFLEXÃO DECISIVA (Diego El Khouri; 31,12,2009)
Arranquei-lhe sim a língua
na crença fé dos cômicos.
Tu empapado de bosta escorrida
amarelecida como veneno fratricida.

Não deixo de falar besteira.
Asneira é a essência da poesia.
Grito sim no lombo do Noel
enquanto a bermuda rasteja na agonia.

Quando você fala é eu que me calo.
Caralho é exposição do natal
no piru que se masturba numa posição fetal.

Hoje é ano novo e nada vai mudar.
Você continuará me humilhando e eu te xingando
no silêncio surdo no abismo do eco.


RELÓGIO (Ivan Silva; 01;12;09)

Decisão é coisa precipitada.
Adiantando esse relógio do verão
Vou fazer um fuso horário diferente
Onde só as lesmas  andarão

Deixando a trilha dos clementes
Pinturas de expoentes, despontantes.
E vamos ver o que tu sentes...
Escolhi tudo o que eu quero

 Meu nome pode ser metáfora,
Mas pra mentir eu sou sincero
Pra te ferir açúcar é o mesmo que sal

E nessa decisão Poeta
Reflexão não leva a nada, relógio:
São só as correias do seu chinelo!












DANÇA SURREAL (Diego El Khouri; 05,01,2009)
 
Num cenário surrealista
apareces com chifre de viadinho.
Aquele mesmo que papai Noel
esporra todas as noites de frio.

Com sua caneta de escrita fina
e essa corcunda de neném sodomita
é engraçado comer suas tripas
já que o que vejo é apenas ossos e lombriga.

Tens uma cara de otário.
Dança alguma embala tua vida
nem buceta nem bunda nem peito levanta tua pica.

Pois tu, pobre mancebo,
mesmo sendo um rei perante mim
és um porco, um morto, um louco num jardim sem fim.


MAL DOS MALEFÍCIOS (Ivan Silva;  10;01;10)

Descambado ao pé da letra
Já me despejo no balde dos vômitos
Esse é o meu jardim sem fim
Sem língua na fezinha dos cômicos

Mancebo velho  estou perante a ti
Sou mesmo um porco, um morto, um louco
O podre em cheiro do seu sorrir.
Se me fere profere titica de pombo.

Noel vai dançando feliz e realista
Com auréolas de anjo grotesco
De tão tonto que anda nos tombos.

E eu aqui te escrevendo outro texto
Chamo a te de Poeta de chinelo.
Eu, sou apenas Pretexto.













DOCE PRETEXTO (Diego El Khouri; 18,01,2009)

Seja pretexto o teu vômito.
(asas cortadas, homens vis)
Atônito com tuas palavras
eu rio sem graça na tua maldita cara.

Tu, empresário das idéias,
vives a Liberdade que quero.
Mas tudo bem. Teus versos sem corte
são mais fortes que o câncer que me come.

Conte outra historinha mais engraçada
ou uma epopéia a La Homero.
Qu
e nosso duelo se torne algo sereno.

Penso e pensar me entristece
em saber que a noite sempre escurece
e enriquece a maldição que lanças sobre mim.


É OU NÃO É? (Ivan Silva; 21; 01; 10)

Escrevo de leve pra que o ar não se rasgue
como um papel de ceda.
Quero andar como sempre, em repeteco
Todo dia bendito na calçada—ah, maldita!

Agora pouco ouvi um morcego
Que nem faz parte da paisagem
Afinal denunciado assim é ou não é?... 
Mas o que me chama atenção

É essa voz que me vem:
“Penso e pensar me entristece
Em saber que a noite sempre escurece.”

Uma lâmpada também!
E, no entanto por um triz
É na tomada que se apaga...










OSTRACISMO POÉTICO (Diego El Khouri; 28,01,2010)

"Poesia é a metralhadora na mão
de um palhaço", diz um grande poeta de São Paulo.
Tu então és a metralhadora viva
ou um palhaço com apetite suicida?

Experiência chula. "Conhece a ti mesmo
e conhecerás o mundo". Grande asneira.
o meu EU só existe quando brinco
de xingar tu que me jogas no abismo.

Cinismo, ostracismo, delírio.
Tudo é matéria de poesia.
Isso TUDO é razão de poesia.

Duelo, porrada, sangue, vertigem.
(esse verso soou sem ritmo e sem graça.
mas minha graça mesmo e rir na sua cara.)

SERENO DUELO (Ivan Silva 30; 01; 10)
Sabes por aonde vou, por aí...
Sem pensar em nada, ando meio andado
Ou será que piso em falso?
Talvez esteja indo pelo ralo...

Sou um desconhecido a mim mesmo
Deus!  Vou dar-me conta do que falo?!
Mancebo não sei que porras te xingar
Experiência chula é abismo sem fim

Poesia é o que vejo pelo ar
É o cocô que vejo num jardim
E se eu disser que pisei descalço na poesia
Só digo a te Poeta do duelo...
Isso tudo é a minha graça
Tu pisaste de chinelo!





DUELO DUELADO DUPLO RECADO (Diego El Khouri; 01,02,2010)

Poesia é cocô fétido na boca dos loucos.
Também é luz, delírio e ferida.
Um monte de merda reunida e é com  ela
que te mando calar cessando tua vida.

Nosso duelo cada minuto mais sujo,
pornográfico, chulo e sem sentido.
A rima foi absorvida pelos nossos vermes
que brincam dentro da gente numa grande despedida.

Abandono o conforto do lar e da alegria
para que nessa nossa podre agonia
a gente além de feder dominemos nossas vísceras.

Olha pra cá, mancebo, olha, tu não vês
a minha barriga??!!!!! São mil feridas que ditam o ritmo
 e a devassidão que tu (louco) chamas poesia.

ESTRUTURALISMO POÉTICO (Ivan Silva; 02; 02; 10)

Não é preciso dizer que é preciso
Explicar do pardal o parentesco
Parênteses se curvam no cerco
Todo sublime e belo aparente

É preciso sumir no sumiço
É preciso uma escova de dente
Cheia de fungos e bichos!
Dos mais macrabos e grotescos

E mais do que tudo não se espeta um ouriço
Apenas já é espetado. Mancebo,
duelo duelado duplo recado

Faz-se uma métrica fora de rumo
A estrutura do soneto que arrumo
--Ê égua de régua!










MACABRO (Diego El Khouri; 07,02,2010)

Luar de estrelas; você não entende,
a poesia é a tristeza
estampada na cara da alegria.
Ontem eu não te xinguei pois faltou rima.

Foda-se! Não fosse o sol e a luz
hoje além de puz me alimentaria
de tua gana de conduzir a força
de enforcar na forca num lapso louco.

Macabro, é macabro o nosso pecado
que expalha restos de orgasmo
atrás do laustro insano do gênio malfadado.

Nada de poema objeto, sem prego e cético.
Apenas a aranha que lhe enrola no aço.
Acho fácil lhe enforcar numa fita sem laço.


NA FORCA (Ivan Silva; 08; 02; 10)

Enforque-me esse pescoço de cobra
Que é fino e se parece.
Se lhe faltou rima é a pura absorção
Que vem da ideologia sem idéias

Agora mesmo me fodo de vez
É assim que eu me ferro
E enforco a mim mesmo. Não...
Isso, você já me faz Mancebo

Agora mesmo percebo
Que o que faço é o que faço
Parece até segredo

 Simples como o seu laço
Mas sem saber ou não--Tiro a mão da lua.
Ou melhor, aperto o gogó...













A FORÇA (Diego El khouri; 11, 02, 2010)
Tiro a mão da lua e enfio no seu cu.
Custa caro continuar nesse duelo.
Poeta sem idéia é poeta vivo.
A forca está bem alí, ah mancebo venha comigo!

Amigo que é amigo cospe na cara.
Tu tens na mente a mente do pecado.
Empresário, músico e arcanjo chulo.
Sem rima continuo esse demônio vagabundo.

Encarerado no cárcere dos vis orgasmos
noctâmbulos sonhos se fazem em finas dores.
Prostitutas imundas se escondem em lindas flores.

Apenas eu e tu, mancebo, parados no vácuo
amantes de Frida e Caravaggio
trasgredimos o soneto para que Deus veja o nosso pecado.


A FRAQUEZA (Ivan Silva; 12; 10; 10)

Sempre que leio o que escreves por aí
Sinto tanta coisa chula! Amigo que é amigo
é peco! Feito o olho que não brota na planta.
Aos poucos falo menos e menos.

E do nosso duelo queres que fique o sereno...
De longe eu escuto um chamado, sim,
Pois o vácuo faz um eco no vazio
 “ah mancebo venha comigo!”
E o martelo bigorna dentro do ouvido
Abalam as ceras pandemônios
E o pecado pensa comigo: que bela fraqueza!

Ela está ali ao lado da força magnífica
Onde as virgens são as putas rabudas
Deus protesta. O Diabo não alheia!


















DATA ERRADA - ENFORCADO NO TRABALHO (Diego El Khouri; 18,02,2010
 
Igual cobra te enforco. Se é jibóia
ou biloca isso não importa.
Me submeto a lei feito foda.
Rezo um terço enquanto você me corta.
 
O sangue vil e negro esvai
da bocha chula que cospe versos.
Finalizar é com S e terminar com z.
Chuva com X é orgasmo sem rei.
 
Duelo silencioso é duelo tenebroso.
Pronto. Me calo. Sou vil, anjo, sou deus, sou bagaço.
Um mosquito dorme pelado no me pecado.
 
Tenho sim uma verruga no caralho.
Em verdade Escrevi ontem esse soneto no trabalho.
Pela falta de tempo eu coloco a data toda errada.


ENFORÇADO NO TRABALHO (Ivan Silva; 18; 02; 10)

Pra mim pouco menos importa.
Se o detalhe te foi é que foi e pronto!
Mas bem sabes, não acaba...
Esse fim do término “intérmino”.

Submeter-se a lei feito Foda
No sistema emaranhado de tramas
Do qual não sabem tão bem refazê-lo.
Um indestrutível tipo de Poseidon.

Bem disse um poeta marginal:
“É preciso furtar o tempo.”
Pega esse monstro mancebo!

E tire dele os dentes afiados
Pois enquanto se amolas na forma
Far-te-ei um soneto--Banguelo!...


















POETA-COLAPSO (Diego El Khouri; 20,02,2010)
 
 
Metáfora que come alho com vinagre.
Ora rezo, hora crio milagres.
No ventre pastoso do pecado
tu enfias a cabeça no cascalho.
 
"Cara de espantalho que olha de soslaio".
 Roubo essa frase por quem me trouxe
nesse planeta sujo e ordinário.
Limpas o rabo na pia, ó poeta-colapso
 
Sem língua no trabalho eu imito
aquele que mata alegre o inimigo
com um sorriso no  rosto e na alma desgosto.
 
Sócio somos nós dois do hediondo.
Meu patrão é pedófilo, minha inspiração o ócio.
Sorte tua ter que me enfrentar e não a Morte.


POETAS TERCEIROS SEM NUMERAL (Ivan Silva; 20; 02;10)

Provérbios se desfazem no ralo.
Ora na pia, ora no bidê--o profundo.
Hoje, que não sei também se é hoje
Roubei ou roubo outra frase:

“Espantalho é o espírito livre”
Sem sentido vou de encontro à noção
E puxo a memória amortalhada
Que repulso propulsivo convulsivo!

“Isso é tudo ou nada, no jogo atroz”
Furtei outra frase, puta merda!
Agora o que faço? Agora o que faço?!

Pergunto respondo crio destruo
Analiso assimilo verbalizo
“Santa glosa na perfídia sem prosa...”

















PROVÉRBIO IMACULADO (Diego El Khouri; 26,02,2010)
Provérbios se desfazem no pecado.
Cristos são barões de mentes apaixonadas.
Você ao certo sabe o que sinto
quando estou com a mente chapada?

Imaculada criança corre do meu lado.
Dou-lhe uma flor, um botão de rosas.
Essa criança linda em sua inocência
sorri para mim exibindo sua deficiência.

Cega e sem os braços ela ainda sorri.
Eu aqui me ocupo só de ti.
mancebo vagabundo, ausente de fim.

Não sabes o quanto o invejo
em vê-lo livre sem a dor do carrasco.
Pois tu para mim é a visão cruel do pecado.




ORAÇÃO DE UM DUELO (Ivan Silva 28;02;10)

Eu nunca entendi e nem vou entender!
Pra mim tudo é uma coisa só.
Não tenho dó, (só dos meus sonetos)
E no egoísmo um ceticismo

A ausência cabal sai dos rabos
Que jardim florido!...(tem ipê?!)
E o cerrado se cerra.
Cascalho casaca de pó,

Cruzes sem Virgem Maria!
O golpe vem leviano.
Não sei mais também se te engano

Mancebo, minha liberdade é vaidosa,
valiosa e desgraçada, e no terceto
está aqui: A Condenada...












NO PALCO DE ARTAUD A DOR E VOCÊ (Diego El Khouri; 02,03,2010)
 
Se você não entende e nem 
nunca vai entender é problema seu.
Numa invariável dissonância
de cordas musicais eu sou o condenado
 
que se fudeu. Aquele que chora
 sozinho no quarto
e se humilha por um pedaço de nabo
numa angústia de dor de parto (!).
 
Preso nesse vil cárcere 
(mais uma vez consciente do meu pecado)
recebo do correio minha alma dilacerada.
 
Foi você, você mesmo,  venturoso mancebo
que a cortou em infinitos pedaços
e fez da minha vida um obscuro palco.

PROBLEMA (Ivan Silva; 02;03;10) 

O problema quase sempre foi meu,
ainda mais nas rebatidas!
(E quem diria?) Até hoje se embaraça...
Um refugiado sempre volta pra bagaça

Onde os rios são esgotos de areia. 
O seu vácuo bendito, já disse, sou eu,
mas sem corte ou amolação,
estou mesmo desafiado.

Agora é aqui, no palco dos palanques
que o menor refutado se julga.
No meio de toda rejeição, empurra-empurra.

Caímos num poço sem fundo:
Onde há pendura há gancho...
Mas não recite o Cortinado!  

















SALADA POÉTICA (Diego El Khouri; 08,03,2010)
 
Salada de Artaud, azeitona e buceta.
Poesia cósmica, ayhuasca, vertigem.
Uma pitadinha de coprofagia
e a arma que crio irrita apenas a virilha.
 
Porra! uns nascem, outros vivem.
Morto é desfile de narcisistas.
Mancebo com estigma de profeta
violenta a própria violência suicida.
 
Bardo bêbado e preso na prisão.
A rima aqui é chula e não tem noção.
Vítima dos versos do filho do cão
 
poeta metáfora nunca cala a boca
 nem  mostra os dentes
 provando que o vácuo é um anjo sem coração. 

SALA ALADA (Ivan Silva; 09; 03; 10)

Cosmos que somem no além
Dançarinas estrelas de saia rodada.
O que será que nos solta a porrada?
Será que é essa sua salada Mancebo?!

Agora me atrevo a por uma pitada: 
Açúcar, e fica adocicada, melosa, 
parece um tanto catarro.
Em vão meu amigo, pois já houve coisa mais doce. 

Olha só a constelação, muito mais atrevida!
"Poeta metáfora nunca cala a boca
"Violenta a própria violência suicida.

E esse céu de vermelho sangrento
faz do sol uma bazuca, e da lua um sargento.
A noite é uma guerra mista!

















MAR DE MELECA (Diego El Khouri; 10; 03; 2010)
 
Mais do que eu sua escrita ferve.
Por quantidade e qualidade a noite mete
uma bala na cara dos anjos do regresso.
Não irei te responder essa salada.
 
Isso não é mais poesia
nem construção poética. É rancor,
 ódio, sarcasmo, volúpia e tédio.
Um cosmus sem Deus nem  nexo.
 
Somos poetas ou merdas
que bóiam em cima de um mar de meleca?
queres falar mais do que eu?
 
Mas como??!! se somos intransigentes,
displicentes, gramaticalmente incompletos
e nem sabemos que peito rima com defeito?
 
MAR SEM PLACENTA (Ivan Silva; 10; 03; 10)

Prescritos na palma da mão
É assim que já vejo os papiros...
Pois eu ignoro toda a minha visão!
E jogo no lixo o que jogam no chão.

Sou um cara muito correto. E muito ereto
tiro esse muito que é pouco.
Nada por aqui é poesia
--me diz esses tons de cantilena.

Essa metáfora é o cão da cria.
Eis aí o meu grande problema!
Deus, sem nexo! Perdi a noção...

Pois não sou eu o meu patrão?!
Mancebo, optado pela destruição:
O nascimento que nos parir.


















SILÊNCIO GRITANTE (Diego El Khouri; 15,03,2010)
 
Vento sacode os cabelos.
Chuva ácida na minha boca.
É tão bom cuspir na tua cara
mas o silêncio se mostra mais fácil.
 
Você me xinga, me humilha, me maltrata.
Com versos chulos se mostra mais elevado.
Me arrasa, me fode, me chuta, me mata
corroendo minhas vísceras nessa noite malfadada.
 
Calo. Finjo de morto. Sou estátua
de pau duro sem carinho, anjo sem afago.
Passei alguns dias com medo de lhe dizer:

“Ah Otário!" Percebeu? Eu preso, encarcerado
nesse maldito trabalho... Não digo nada...
 (percebo que repito todos os dias essa frase)


SILÊNCIO LATENTE (Ivan Silva; 15; 03; 10)

Percebi e percebo novamente.
O que cai é poeira nos olhos
Cuspe seco vem pior que navalha
Mais além, me veio canalha.

Eu te xingo, mas não humilho, queria...
Disenteria: entenderia. Caganeira já que apoio,
Escoro; esbarro; derrubo; tudo é barro,
Tudo é burro, que fique assim, jardim!

Enquanto me engano por trás de um balcão
Sou vendedor, comerciante, quanta coisa choca!
Monto remonto—estoque e revendo

Tu sofres mancebo, nesse cárcere 
Da venda à mercadoria, e de vez em quando
Sai correndo de um cão. Mas eu não estou vendo...


















CAMINHO DE DEUS (Diego El Khouri; 19,03,2010
 
Nosso duelo tornou-se uma luta vã...
Ayahuasca,
 caminho do Sol, do amor.
Se tenho medo volto, xingo, bato e  recrio.
Eu limpo até minha bunda no tolo abismo.
 
Venha mulheres, amores, dores.
A Morte tem convênio com as vozes
que dizem terem sorte
em anularem (eu sei) a barriga com mil cortes.
 
Tu, empresário fajuto, enfim roubo
o doce marasmo que fez tua casa.
Fabrica torta de merda e joga na nossa cara.
 
Só tu, o Chulo, o iniciado, o zen budista
para rir desse anacoreta falso
que sonha ver Deus  de forma bem clara.

LUTA I-VÃ (Ivan Silva; 24; 03; 10)

Tornou-se uma luta vã? Que questão!
Vastidão de um ermo eloqüente,
Passante, vista grossa, estou dentro.
De toda memória consciente, estrondosa.

A glosa, a perfídia, a traição,
Nomes sem rumo e manuscrito.
Peregrinos assaltam nulas mãos
Moscas se jogam nos cadáveres.

É assim que eles se cobrem.
Carrapicho é uma coisa nojenta,
Diz os campineiros da roça moderna.

Hoje mesmo cavarei a minha cova.
Estarei enterrado nos séculos,
Na canga da tua cara!



















PITTBUL (Diego El Khouri; 31,03,2010)
Enfrento-te como enfrento o cão.
Ão de todos perceber
que é puro meu sexo impuro
mesmo quando componho versos chulos.

Corro de um pittbul todos os dias.
Acordo em vala suja à luz da vida.
Pedra é ódio na mão e o obscuro cão aqui
tumultuando toda minha emoção.

Parece que vou tombar, ninguém nunca entende
meu sacrifício é um triste silêncio
que clama a divindade na face da covarde.

Tenho desejos, fetiches, inúmeras vontades.
mas só tu, ó mancebo vagabundo, só tu
tem a chance  real da felicidade.


LUTA II-VÃ (Ivan Silva; 08; 04; 10)

Na dimensão do vazio,
o inverno se apoderou da batalha.
Como um Pé Grande de filme.
Hão de achar quem avacalha...

Rola por sobre o tumulto,
o empurra-empurra semi-teta.
As mãos ficam todas ali, no busão,
segurando o pedestal de poli dance.

Assustei-me por acaso na ilusão,
na consciência perdida e vagabunda,
de que a bola de neve presencia.

A cabeça arrancada é vazia,
e no sacrifício, o balão se contorna,
na charge de um oboé...














PIT MANCEBO (Diego El Khouri; 14,04,2010)
 
No ônibus carregando crânios...
É de entulho nossa triste morada.
Corro há 20 quiilômetros por hora
de um demônio peludo e sem memória.

Pit Bull criado domado por um viado
com chifre de corno e mente de babaca.
Sofro. Pois é. Sofro desesperadamente
correndo feito puta dessa alma demente.

Mancebo singular, cara de palhaço.
Magro a beça, chulo com uma cova nas costas.
Vem, vem to com minha luva negra de box.

Rock na véia e na veia da véia da perereca
 com roupa chula e fedorenta de meleca.
Estou morto. Luta sã, vã correndo de um cão...


LUTA III-VÃ (Ivan Silva; 15; 04; 10)

Rá rá rá, Mancebo, isso é no mínimo
risível! Mencionarei ao tipo de antípoda:
ar-ar-ar, respira o idiota que vem.
Pit Bull já é coisa de bicha.

Que alisa, reboliça e adestra.
Chegamos a um ponto comunal,
de batismo, eucaristia, profecia...
Ah é, (isso ocorre a ficar do lado sujo)

Eis que um poeta dizia:
“em casa de cão bravo, meu anjo
da guarda abana o rabo.”

Mas no seu caso é no trabalho.
Cuidado mancebo... aqui eu me encaro:
O balcão só conspira.















PIT MANCEBO II (Diego EL Khouri; 23,04,2010)

Trá trá trá trá trá trá trá!!!!!
Pow!! traks!!! Track!! Flat! crack!
Flato! Ato! Pum! orgasmo!
Marasmo!
Maresia! Ambrosia! Cocaína!

3 4 5 6 7 tiros!! Ouça o estrondo
que vem recheado de carne de defunto
e com ciúme come  goma a goma o corno
desse prato sujo e chulo que veste poesia!!!

Você me chamou de tudo!! como todos!
Acha que eu tenho cara de palhaço?!!
Bicha é quem corre de Pit Bull não adestrado?

Eu careta ou não vivo sempre embriagado.
Enfio meu pau no cu do Marcos Barro (s).
É meu patrão??? sim! por isso eu acho que está tudo errado!
LUTA IV- VÃ (Ivan Silva; 25; 04; 2010)

Pit! Pif! Plof! Coff! Trunfa bufa! Teta!
Labuta! Labuta! Labuta! Peta?!
Ô vovó... Mas quanta disgreta Mancebo!
 Escuta o latido do cão: au au au...

Uá uá uá uá uá! Isso sim é tudo.
Cara de palhaço é pouco pra quem já tem o nariz
Olha só, seu operário! Que tamanho de frase infeliz
(Não acha que eu sou um otário? Hein?)

Pelo Santo Broqueá do intermédio!
Eu não te chamei de tudo. Ora Mancebo,
Não me faça explicar drogaria!

Veneno que mata patrão: é poesia.
Eu sou patrão, Sim! E daí!
“Piedade é promover...” “Não rebaixo e menoscabo...”















PIT MANCEBO IV (Diego EL Khouri; 10,05,2010)
Fezes formam vozes voluptuosas...
No âmago sujo sinto revolta.
Dias, dias atrás iria te xingar.
O silêncio existe apenas pra maltratar.

Filho do cão, o que irei dizer?
Parece que sinto brotar no peito
a paz que me revisita sempre com medo.
Pelo que vejo sou cego,

o grito é o que me deixa ereto, reto
como uma ponte sem destino,
infinito como uma ponta de cinismo.

Grande mancebo, cara de bomba,
conta logo outra história,
vou aniquilar a tua justa memória!!!

LUTA V-VÃ (Ivan Silva; 16; 05; 10)

Aniquila a minha memória choca
que destroça a minha língua, não ligo,
(estrofe de uma figa) fadiga, pinga,
formigamento  anagrama desova.

História?! (Deixa o suspense pra lá)
Vira, remexe, estrebucha , reprova.
O QUE CONVÉM É TAMANHO BANAL
Esses figurões visuais...

Porque mancebo? Por quê? Hein?
Será que eu escrevo a distância de cada verso?
Severo é o cão que olvidas.

Mas eu ainda te lembro e relembro todo dia:
Se eu me esqueci de falar no “quinto ato”
O cão que te lata!















 
ÚLTIMO LACAIO (Diego El Khouri; 18,05,2010)
 
Tudo tudo morto - arruinado -.
Sou um anjo frio sem pecado.
Um deus subalterno e sem caralho.
Homem morto torto e embriagado.
 
Sou um ser que não acredita em mais nada.
Um masoca de cara amarrotada.
o filho do hermético e do soldado.
Um ventre podre e nenhum pouco ritmado.
 
 
Sou um poeta sem arma e sem gráfica,
sem talento e sem verdades,
alguém que perdeu de vez a vontade
 
de sentir essa torpe saudade.
Alguém que perdeu o AMOR e a liberdade
e te xinga dentro da eterna falsidade.

A GRANDE JORNADA (Ivan Silva; 20; 05; 10)

Mal disse e já soube, ressuscitou e
brincou, Jesus? Não, o Joãozinho
da Maria, que a cruz não vale a bruxa!
Ou o bruxo, como diz o cego em deleite.

Estranha comparação, ação e paranóia,
risca linha, tortura e metáfora, caligrafia
e aerografia, nada sei do xamã. Cidadão
é cotidiano, quem arrisca?

Fulano de tal é fulano. Eu sou quem?
Um ilícito, um moribundo, chafurdo?
Não sou nada, nada! nada!

A prosa chegou no fim da jornada,
e a grande noção que tenho
é de que vou passear...

 











Ó PAI MALDITO!! ( Diego EL Khouri; 26,05,2010)
Ó pai que me guia e me guarda
dissipai as vozes da aurora,
arrancai os olhos de quem chora
nos trêmulos bancos de quem ora toda HORA.

Assassino das vozes inauditas
tu, jovem moribundo, me irritas
com esse desejo fétido de vingança,
tu, canta versos como quem arranca

olhos, ventres, fetos, lombrigas
numa real fome de orifícios.
Sítios arqueológicos, (cortes,sombras

falta de rima, pontuação). Tu és o cão
mais que o pit bull da  empresa
que emporcalha todo tipo de beleza.

Ó MAINHA (Ivan Silva; 29; 05; 10)

Ó mainha propilena, serena, pra
deixar mais sólida a tua imagem.
Um feitorio é pior que feitiço
(Maligno e acrílico). Ora... hora bosta!

Fatídica ferreira tramboliana
é o nome da cadela satisfeita.
Com tanto arroio e metonímia feroz
Abalo os derradeiros garrafões.

Eis o nível de água que aumentou nos rios de urina;
Os loucos irão beber da nossa toxina;
Os cães irão miar de tanto riso! ...

E as aranhas que não saírem peludas
vão andar pelos versos,
em outro tipo de beleza.









AFIRMATIVO e REFUTÁVEL (Ivan Silva; 30; 05; 10)

O intuito sempre fala mais alto,
afirma e firma, exclama! trucida,
qualquer tipo de falciforme.
Lúcido é o sol da manhã,

a lua... tem mil olhares de um sem
vergonha, dos poemas se fazem dialetos,
(rubras) formas de volúpia, chorume
é o perfume das rosas.

As amadas se fodem pelo ritmo,
os deuses evocam diabos, (a essa altura,
nem mesmo um anjo resolve).

O sangue chove e o povo dança,
se eu escrevo "beleza" faço lambaça:
A aparência... é o pior fruto da consciência.

A PRIMEIRA BURRELA (Ivan Silva; 08; 03; 10)

A primeira barrela que vem eu te jogo,
e o detalhe parece ovo choco.
Seu porco safado e pudico!
Não se engane no capaz

Pois ele depende de muita coisa.
Se tu lês, mancebo, Augusto dos Anjos
Levas uma sacada todo dia.
E não precisa ser visível.

Embora isso venha a humilhar os cegos.
Nossa! Piedade é um demônio.
Já posso ver o manicômio

Cheio de estrias e varizes.
A porta deve ser uma linda buceta,
larga e cabeluda, feito um tapete de welcome















DE OUTRA FORMA (Ivan Silva; 06; 06; 10)

Adubo aos cogumelos, fixe no olhar,
os loucos batendo marretas, sinos
afloram como petúnias, calúnias crescem
na cabeça dos brontossauros.

Exótica é a nudez dos ossos que sa-
em da pele, e daí?! importância não é
semelhança... línguas escrotas se arriscam,
e adormecem na boca do Drácula.

A noite não promete, mas quebra!
O dia desce, mas afunda quem sobe!
Retirem-se daqui imundos baculejos!

Versos de outra porta sem-vergonha...
Crianças não nasceram da cegonha...
Deslocado é o que eu vejo: assim.

RUMO AO PECADO I (Diego El Khouri; 07,06,2010)
 
Bardo bêbado em resumo. Fumo
o fumo no dia que consumo.
A ti, ó mancebo, entrego o mundo
que afunda fundo a fundo no absurdo.
 
Me mandaste podre tuas ofensas.
Nem espera minha resposta.
Aposto que tens medo do negócio
que cresce na tua mão de bebê.
 
Estou preso entre o prazer,
a alma, o emprego e o passado.
Perdoar é foda nessa vida errada.
 
Nós não estamos interessados
em criar nada, nada, nada.
Nadamos no destino rumo ao passado.
























RUMO AO PECADO II (Diego El Khouri; 07,06,2010)
 
Rumo ao pecado, caminho contrário
de Castañeda. Veja, mancebo,
que poesia pobre te escrevo
como se xingasse louco teu deus.
 
Deu que se deu o que tinha que dar.
Ainda assim insiste em me xingar?!!
Irão ler, reler, analisar e ler
e entenderão que que não há mais nada a dizer.
 
Estagiário do mundo cão.
São sei que não sou. Pois bem,
que mal tem querer ser Deus?
 
Ó santíssima trindade,
falta muito para minha liberdade?
Me ajude a matar esse rapaz tão danado!!


RUMO AO PECADO III (Diego El Khouri; 07,06,2010)
 
Não tenho mais nada a dizer.
Por hora irei no blá blá blá
pra não ficar pra trás.
Os críticos carrancudos dirão:
 
"que merda! cadê a métrica,
o rima e a beleza desses versos?!!!!"
E eu direi: "cala-te barrigudo!
isso aqui é só acerto de contas!"
 
vamos fazer de conta que isso é literatura,
uma puta de renome e cabeluda.
Ginsberg diria: "um jovem loiro exalando porco".
 
De voz passada disparo pra trás.
Tu serás meu chofer, minha lombriga.
Viajarei no mundo todo nessa Belina.















EROSÃO (Ivan Silva; 07; 06; 10)

Mancebo velho de cara torta, pudim!
Ridículo, livro com cueca, com calcinha
já é luxo. Rir é ser danado. Safadeza
é o empenho que eu tenho.

Que razão social! Olha! Que canção
poderosa! Cavalos rincham e trotam,
brotam nervos dos alicerces formais,
o tremor não é sísmico, jamais.

Escute o destino, cretino. Aqui estão
entregues, todos os seus traidores.
Prenda-os, e faça a orgia sem vinho.

Fervorosa reza, instrumento é uso,
por isso eu recorro ao abuso... maldição!
"Esqueceram a farofa de frango." 

DISCURSO (Ivan Silva; 07; 06; 10)

As ofensas sempre foram podres,
e ainda mais na correria. Medo 
é dedo, coragem nem se fala.
Eu penso em te xingar?! Logo, logo.

E entendo pudicas sílabas, "preferia
não entender", mas essas coisas 
desabam es-tru-tu-ras. O quê?
Todos ficaram de quatro! Maravilha!

O passado virou porta de anão.
"O zelador que não zela do destino
acaba virando poeta."

Vamos lá meu amo, mestre e senhor.
Pra não te chamar de gigante,
serei eu mesmo, o verme da tua boca. (amante)



















EXPURGADO DO CÉU (Ivan Silva; 08; 06; 10)

Se arriscar é fazer profecia,
poesia, prosa, trova, chuva, dança,
guerra, bingo, xingo... até que o ofendido
esteja cansado.

Melindroso é irritante, e o verso
não é mágico, simbolismo é tesão,
quanto mais empatia melhor.
Que júbilo é esse?!

Invasão é extensão, afirmar é intenção, 
dito a risca quem a usa.
Acerto de contas, acerto de contos.

História infernal, miséria!
Queria saber a cor das letras...
E não da confiança.

LETAL PRA VIDA (Ivan Silva, 22, 06, 10)

Inclinação, sublime-arterial, língua
sem tradução, recita o original.
Distingue o que é limbo, e o que é
assedio. Tédio, e o que é dever.

Cartógrafo acidental, trágico, dramaturgo-
periférico, noite a dentro dispara.
Esfera maldita de olhos patifes.
Restringida face no tapa do nojo.

Sofrimento passa batido, como carteira
num terminal. Terminal de extermínio,
de devasso, destruição, "anonimato."

Da paisagem quero figa, ódio e terror,
tripas e sexo em desonra, 
ser eu mesmo aquilo que mato.















COCÔ DE NENÉM (Diego El Khouri; 23,06, 2006)
Está certo. Estive em silêncio
e em silêncio eu desejei ficar.
Você me instiga pra briga.
Seu negócio é porrada!

Olha que verso mais chocho!
Choco que nem cocô de neném.
Nem vem que não tem.
Esse câncer é só meu!

O mundo não me pertence.
Nele não me encaixo.
Estou agora chorando de raiva.

Uma raiva desesperada.
A vida (essa puta ordinária)
me trocou com uma causa sem graça.

PAPÃO (Ivan Silva; 24; 06; 2010)

Arrisquei-me de novo no pouco,
nada basta, já fui castigado!
Tem mais aí. Espero de cara explosiva,
“ou murcha em noção do invisível. ”

Dia após dia eu disse merda,
“ incansável no silêncio perpétuo.”
Mas aí eu vou por que tem!
E o quê que tem?

As minhas mãos estão abanando
toda a fadiga doente.
Você, velho mancebo, tem uma causa

e uma labuta. Tudo bem.
Cocô de neném? É, é também.
Antes do papão vem a papinha.
















MAL DITOS  (Ivan Silva; 25; 06; 10)

Perdido na floresta o pigmeu
Retira do cheiro a carniça,
E arremessa nos corvos ateus,
Cobiça! Cobiça! Cobiça!

Delira de forma eterna, gira!
Rodopia que alguém lhe segura
Quebra o castiçal e pega a moeda,
Jogai! no seu poço dos pedidos.

Sem voz ele canta se debatendo
Ritmado e afogado de grandeza.
Ó será mais um dos malditos?

Não, esse não. Não o chamam
de filho do cão, nem de mancebo,
está anônimo como a poesia.


PARTÍCULA DUELO (Ivan Silva; 25; 06; 10)
Livre da minha situação,
não está a par a partícula.
Apalpo tudo que sinto,
o que vejo apenas toco.

Ora, e tem diferença?
A desgrama até emenda,
partirei! partirei amanhã,
se não for agora mesmo.

Desisto, e me atrapalho,
me rejeito e me desgosto.
Jamais aceitarei o jamais,

Suma! Exploda! Sai!
E nunca mais o delírio,
nunca mais o duelo do elo.










 
 
MÁQUINA KAFKANIANA (Diego El Khouri; 01,07,2010)
 
O céu está estrelado, a vida fria,
enquanto isso escrevo no serviço
metáforas de bardo suicida
sem regras, sem leis e sem destino.
 
Sinto tudo em matéria de poesia.
Como muitos teu sobrenome é Silva.
És a maioria, estar lá é tua sina,
e eu minoria sou um poeta sem rima.
 
Santa caganeira, luz escura líquida.
O importante é a música, não a rima.
Tenho uma verruga bem na minha pica.
 
Franz Kafka caga feito a Lara.
Sombra subversiva da máquina.
E eu escrevo pensando no passado.


 
 
DESDE AS FLORES DO MAL (Diego El Khouri; 01,07,2010)
 
Desde Baudelaire você é o único
que me fere. Jovem poeta sem métrica,
filho do cão que nada!
Pit Bull tá com a pata quebrada!
 
Joãosinho sonha com a mãe peituda
alimentando as crianças pequeninas
assim como Bukowviski sonha
com uma garrafa de uísque na cidade paradisíaca.
 
Bom mesmo é estender os versos.
Que nada caiba na linha!
Nem a minha vida caiba na rima!
 
Estou sofrendo e não entendo
o que minha arte anda fazendo
com tanta metáfora chula e imagens sem nexo.















LIMITE (Ivan Silva; 01; 07; 10)

Louco procuro o desespero, me agrido!
não tem outra forma.
Tecer é coisa de aranha.
Ver e piscar é o que eu faço.

Estou numa letra minúscula, 
pondo nariz no palhaço. 
Aquele é quem chispa na rua. 
Incendeia, e chama de arte

a cara feia. Aquilo tem filo.
Nomes que eu nunca ouvi 
estão perdidos na noite do desprezo.

Ouvido ou vida?
Sofrimento não é segredo.
"imagem em margem megera"

Saliva com Bílis (Ivan Silva; 02; 07; 2010)

Decidido de morrer, especulo,
algo falta e não faz falta, porcaria!
Elevai o sofrimento, sobre as nuvens
que eu invento. 

A cada pé de letra a lata, 
"a melodia não entra nos ouvidos,
sai pela boca dos lobos (lobos bueiros)."
Ainda vejo algo, e despercebido

lido. Camuflada é a visão do poeta,
entre meias e quartas luas.
Recitando as coisas nuas

tem a febre e desafia.
El khouri,
sobre nome é poesia?

















NO MEIO DA SOLIDÃO (Diego El Khouri; 02,07.2010)

Numa noite cristalina
no meio do serviço
vou diminuindo a rima
pra matar seu destino.

Arcanjo filho da puta
mestre do cinismo
igual Fred Grugger
vou cortando suas tripas.

Fita errada essa.
o que tem é lombriga.
Levante a cabeça e veja:

NÃO TENHO UMBIGO!
Minha barriga toda dilacerada
por uma merda de apendicite.
NO BANCO DA BOLA (Diego El Khouri; 02,07,2010)

Dilacerado nos bancos das praças...
Copa do mundo o caralho!
Dunga parece um viado
inrustido, idiota e engraçado.

Maradona cheira pra cacete.
kaká gosta de uma caquinha.
Luis fabiano adora papinha.
Felipe Melo vai levar porrada na bundinha.

Eu sou um  poeta faminto
e minto omito insisto
que catarro é essência

e símbolo da poesia.
Viva a ANARQUIA!
Silva é uma doença viva!



















DO BANCO AO TAMBORETE (Ivan Silva; 02; 07; 10)

Eu queria poder falar uma vez,
uma só, assim não bastava (até parece).
Acertei-te uns murros na fuça, Mancebo.
A criação não vem daí, os Silvas...

É perceptível o seu UMBIGO deplorado,
Não duvido muito. Retirei da minha
vida o que eu tinha de melhor. 
Aquelas palavras belas não existem mais...

Estive andando o tempo todo na merda,
olhando pra merda, falando com a merda,
só não escutei a merda.

Acredito que sempre estive calado,
é perceptível. Mas sente-se aí, no tamborete,
agora eu quero te escutar!  

PACHÓVSKI (Ivan Silva; 02; 07; 10)

Viva o imbecil! Viva o tal Brasil!
(Devia entrar no clima?)
Pá-triota. Prefiro ser pateta.
Se eu ainda não o pareço.

Silêncio, cênico, arsênico, ar cínico,
clínico, peido à bunda estudantil,
peido?! peito! borda o que rola
e desenrola! catimba! supimpa!

Pompa trompa trapo, sapo,
passo, pé de lodo, iodo,
ignoto, ignorante, sopapo,

tranquilizante, tequila, uísque,
caburé. 
Não é? Viva o tal Brasil!

ANAGRAMA INSUFICIENTE: NADA A VÊ (Ivan Silva; 02; 07; 10)

a
p
o
s

o poema
nada mais existe.
a
da

a insistência:
vida
ê.


O JEITO SERÁ... (Diego EL Khouri; 08, 07,02010)
O velho Dirceu só quer saber
de fuder os outros pelas costas.
A Dircélia quer é mais ser fudida.
Cada um, cada pessoa

vive a maneira que quizer na vida.
Na vasilha a pedra aniquila vidas.
Vou é roubar um carro de um bastardo.
Ter de deus a parte que me falta na lida.

Lido com tudo que é podridão.
O jeito é me entregar a masturbação.
Triste ilusão ( a poesia fede

e me impedem de encontrar a salvação)...
Jovem poeta, você é uma "pedra"
quando percebe que me joga apenas merda.

BARATA BACANTE  (Diego El Khouri; 08, 07, 2010)

Poeta dos bacantes, o ditirambo canta.
Tenho deus bem na minha pança.
Canto a poesia dos enclausurados.
Você, rapaz, é o filho libertado.

Fraticida assumido, sou te inimigo.
O amigo das louças não lavadas.
Com a boca mato mil baratas.
A bravata é chula quanto o poeta é puto.

Putaria neo hippie é escola.
Quem me entrega? quem me fala?
Acordo todo dia pelado numa praça.

Caminho entre edifícios arruinados.
Tua metáfora (essa sim!) me corta a alma.
Sou deus quando estou do lado contrário.









A BENÇÃO (Ivan Silva; 12; 07; 10)

Sem parar e repetir, faço força
e me enforco, grito e suspiro,
me evoco! me xingo. É já que eu apareço!
Estou submerso...

As lembranças também, (muitas, aliás).
Sem querer eu me transmuto.
"Deus, achei que ele estava no fundo do poço."
 Preso na gargalhada nojenta.

"Rezas! Rezas! Rezas! E subiu na mesa
as pressas." "Benedita?! o que fazes aqui?
A missa acabou, minha senhora.

A criança já foi batizada. O casamento 
já foi consumado." O Padre a abençoou...
E a Benedita não me viu!


O QUE SERÁ QUE ACONTECEU?!!! (Ivan Silva; 12; 07; 10)

O que será que aconteceu com aquela
vovó? Deixou a vida pacata, e foi
vivenciar o terror mecânico?
Ou foi contar os quilates da própria ilusão?

Na certa ela perdeu muito tempo,
chegara ao número Mil,
mas tinha uma péssima memória,
e aí riu-se a contar tudo de novo.

"Maravilha!"—o porão gritou (o porão? é!)
Tentava insistentemente digerir a vovó.
Sem saber desse negócio todo de carne velha.

"Sei muito bem 'do Número e do Ser'."
E em nada o parecer do poeta.
A vovó foi pra Bahamas!









ASCENÇÃO (Diego El Khouri; 13, 07, 2010)

Pra Bahamas a vovó foi
de ceroulas e pantufa nos pés...
"A caso o acaso mora ao lado?"
Adoro quando sinto um cheiro de chulé.

Então toma! na cara! só uma!
Enfim tive a coragem necessária!
Em vez de ser cuspido eu vou cuspir!
Sinta meu chulé como Mattoso um porco!

Nosso estilo é a cópia dos outros!
Ouço o barulho dos braços
balançado na cara dos otários!

Fui excluído pela infância.
Tenho terror da sombra monetária.
Acordei! enfim me sinto uma bela barata!
ATENÇÃO (Diego El Khouri; 13, 07, 2010)

O que aconteceu com a vovó?!!
Queres saber o que aconteceu?
Aconteceu o ocorrido. Nada mais.
Acontece que desacontece o acontecido.

Eu, miragem, Peço amor a deus sacanagem.
A malandragem peço ao demo
emo com cara de morgado és tu
e fuma o fumo dos moribundos.

Tudo que aconteceu acontecerá.
Eras tenebrosas medievais.
Estou no serviço escondido

te mandando catar coquinho.
Os meus cocos quem sabe...
Antes que me xinga cague!

















MOLEZA (Ivan Silva; 14; 07; 2010)

É sempre bom saber de umas verdades.
Que a gente nunca é o eu de si mesmo.
Que a gente nunca cai em si pelos outros.
Que a gente sempre fala o que tem que falar...

Não era assim? (acho que estou com a memória
completamente estragada).
Arrependo-me muito, sim, de não ter visto
a vida me ignorando.

Acredito em algo mas não direi o que é,
essa coisa que surja sozinha
sem a fé de ninguém, (não surgiu com a minha). 

Não te xingarei, e também não cagarei.
Desde o ofício dos tempos eu estou sendo 
a puríssima diarréia. 

IDENTIFICAÇÃO (Ivan Silva; 14; 07; 2010)

Eu não quero escrever, simplesmente.
Não quero dizer nada, mas nada 
mesmo. Quero apenas ficar calado
e perceber que não tenho boca.

Porque eu tenho porque sei.
Eu não quero saber de nada.
Quero esquecer de tudo e mais.
Juntamente perder umas palavras

bonitas que dariam tesão até num mosquito.
Será que eles sentem isso?
Estranho... mas esquisito.

Não é a mesma coisa. Mesma coisa
é ser igual. [...]
Nem todo assíduo é identificado.











NAS VESTES DO ABSTRATO (Diego EL Khouri; não sei a data de hoje)
Poeta livre do cárcere, aqui com o peito aberto
rasgo minhas vestes, corto minha face,
tento um desenho esboçar; estou falido/morto.
Minha mão não sustenta o peso do lápis.

Achava fácil abrigar minha alma.
Olhe lá o pássaro! que belo! que belo!
Tudo parecer ser triste, tudo deveria ser alegre...
Vejo a poesia minha mais triste demência...

Ao amor prostituto nasci.
Hoje aqui este coração se partiu
parecendo novela mexicana amarga na cana.

O que tenho a oferecer a ti, ó Arte?
Só meu desprezo pela fala fácil
e o desejo de ser livre como esse poeta macabro!
DESABAFO (Diego El Khouri; não sei a data de hoje)

Mais uma vez "preso
no complexo quadro de imagens".
Já dizia isso Tudo. lembra?
Tudo, tudo perdido na mesma paisagem.

"Câmeras por todos os lados"
"Por todos os lados câmeras e imagens".
Estou sendo controlado.
Enjalaudo, enclausurado.

Arruinado.
Molestado.
Espancado.

Castrado.
 Enganado. Condenado
a perder a arte para uma vida acorrentada.








NO DIA-DIA (Ivan Silva; Depois de cair na risada: misturando peido com ar de pulmão)

O que eu vivo é o bicho e a ratazana.
Caminho novo não procuro. Só olho.
Se me olhar eu desvio. Pego um atalho
e saio no caralho.

Como a desventura é grande... atalho...
Estou na pia do dia-dia. Onde as nuvens                                             
se amassam no canto da parede
numa transa bem complexa. 

"Deus é divino e não usa botas. Estou cansado
de ver o Diabo e o rabo". Paciência e experiência,
distração é delírio não. 

Concentra-te, Luz alternada e miserável!
Ilumina as facetas da VIDA, ou melhor,                               me                  escurece
o que eu vivo é o bicho e a ratazana.

A IDÉIA É TOLA (Ivan Silva; Adaptação da besta no ser humano) 

Ridículo dizer
Sentir não vale à pena
Pensar que fiz (dentro)       (e fora)      
a idéia é tola.

Não, não estou envaidecido.
(não estou modesto)
Não estou me importando.
O orgulho é uma negação.

Tudo que é triplo
é três.
É ímpar.

É e é.
Quádruplo
Quíntuplo: Humilhação é cão.









DISPARATE EM POESIA (Ivan Silva; 31; 07; 10)
Diego, a poesia, essa, fixada, cravada,
estagnada. Tal qual um poeta estatueta:
o marfim da poesia, somos nós,
o suporte imbecil.

Tiraram de nós o que era medíocre,
a máscara, o nariz de palhaço, o cor-
ação espantalho de bucha. A cor,
o brilho de riso na cara.

Tiraram deles mesmos há muito tempo a poesia.
Está aí, (o raciocínio), não o querem.
Foram como queriam que a gente fosse.

Como um perdido que vai a seqüela:
a poesia deve ser tirada?
ou atirada pra dilacerar?



 
PRA QUE ISSO?!! (encarcerado no abismo ainda sinto o cinismo comendo minhas vísceras entre dois pães de caos; Diego El Khouri; 01, 08, 2010)

Nada escuto
furo fila puto
     (abusrdo)
sou o futuro.

Espírito da verdade
sou
o caminho.
venham a mim, meus filhos.

Tragam Sodoma
e uma
cama redonda.

Vou ferir deus
o palhaço e os reis
(principalmente eu e você).







BABAQUICE MACAQUICE (Diego El Khouri; 01, 08, 2010)
Eu sou um poeta de chinelo
e você um poeta sem regras.
Mudou toda a forma do soneto
só pra se mostrar cheio de defeitos.

Cadê aquela palavrinha chata
que você usa toda hora?
Ela é boa de rimar né.
Parece um ulalá de Sodoma.

Quem não gosta de poesia
é porque conhece a fundo os poetas.
Todos usam gravatas, comem mortadela.

Sapatos de camurça é pura festa.
Assistem novela e não tiram meleca em público.
Esses sim conseguem sucesso antes de esticar a canela
PSEUDO INTELE(CÚ)TUAIS (Diego El Khouri; 01, 08, 2010)

Agora nosso duelo mudou
de farofa pra farinha.
Até parece briga de madame.
Ninguém mais se fere ninguém se arranha.

Coisa chata é intelectual.
Não sabem viver de forma experimental.
É tudo um bando de gente banal.
O que importa é a rima e não extravasar?!

Que é isso? Poeta tem
que meter a língua onde não deve.
Nos bueiros permanecer bem quieto.

Ontem pequenas gravuras
me irritaram. Dialoguei até com poetas
e como sempre só escutei merda.

















PRATICAMENTE SUPERFICIAL (Ivan Silva)

Não te intimides com qualquer ameaça,
Caso contrário eu mesmo a farei.
E com mantos dourados comprarei a Morte
Dizendo que ela não é corrupta.

Serei pago com o serviço em desgraça:
Um de Seus livros prediletos será me dado,
Aquele de nome Favor (não reconhecível 
pelos moribundos da consciência)

Arremessado ao abismo
Quando Jesus nasceu e fugiu para o Egito.
E nele já posso ver os encantos, as imagens,

rituais, e detalhes banais
que farão em te um umbigo pinico
diferente daquele que tinhas e desse que diz que "não tens."

(uma porrada no meio da testa
abrirá o teu terceiro olho)

 A- existe tanta licença que pedir é desaforo. (Ivan Silva)

Merda ouvi desde a infância.
Mas não foi de Poeta.
Acreditei no meu silêncio e zombaria
por muito tempo.

"Aquela cadela sarnenta recebeu um dedo
na bunda (com certeza, isso era dúvida?)
por querer pisar num tapete vermelho de Madames." 
Pra não dizer outra coisa.

Ora essa, onde já se viu?
Toda uma linguagem de mamute
só pra não engolir desaforo.

Aqui porém me escute, ninguém fere ninguém,
sem antes
soltar um bafo ou bufa.








VERME (LHE) LHO DE ÚCERA (Ivan Silva)

Uma praga atingiu os dois próximos milênios:
quem não for poeta, 
que venha ao pé da letra.
"Chuva de rã e de girino, velha bunda fria.

Feiticeira de teta tatuada, Ó minha bela
depravada! Vem de bico e chupa a intenção,
nada basta no meu bastão."
Isso é poesia? Não. Profecia? Não.

Rima? Não. Vida? Não.
Tripa? Não. Cheira? Não.
Fede? Não. Alguma coisa tem que ser!

ou é, ou não é! Assim fede o que rima,
Pergunta e resposta: (entendimento) 
a praga prega? "É maneiro e descolado." “Si(m) mata."

 
ESCOLA DE ARTES I (Diego El Khouri; 22,08,2010)
 
A praga me atingiu. Sou um poeta
das velhas anarquias desprovidas de alegria.
Tendo o peido apenas como ruído
fiquei em silêncio vários e vários dias.
 
Agora há um corte bem aqui.
Olha, vou tirar minha calça.
Está vendo o pilãosinho?
Na escola de artes são todos tão bonitinhos!
 
Ele me disse que não tenho talento
nem pra escrita nem pra suicida.
Mas tenho esse pilãosinho que cresce
 
nos bordéis recheados de vaselina.
Olha aqui o pilãosinho desprovido de alegria
e o peido iluminando seu caminho.







ESCOLA DE ARTES II (Diego El Khouri; 22,08, 2010)
 
Davis Miller toca dentro da minha alma.
A saúde (?) essa não conta, está em falta.
Mancebo cara de sebo... vejo
a minha vida naufragar no Nada.
 
Fala... a fala precisa está perdida?
Me impedem de dialogar com o vácuo?!
E Davis Miller enterrado na minha alma
parece a poesia pura cercada de belas putas.
 
As mulheres querem meu pênis ou minha fala
submersa nas mentiras da palavra rimada (?).
Não sei e não entender me faz crer que o saber
 
é uma erva daninha maliciosa e sem porquê.
Por que você ainda conversa comigo, mancebo "fino"?
Não sou artista. Sou um demônio vestido de volúpia e malícia.
 
 ESCOLA DE ARTES III (Diego El Khouri; 22,008,2010)
 
Não ia falar seu nome, mancebo.
Ia deixá-lo escondido no limbo.
Prefiro te xingar usando o vulgo
"poeta-metáfora" ou "deus otário".
 
Como tu me chamaste de "diego"
assim de soslaio e de  barba mau acabada
lhe chamo de Ivan, "caveira da belina envenenada".
Estou numa estúpida e "fina" escola de artes
 
e isso é tão tão sem graça...
Tantas florzinhas num jardim bonito.
Nada de surrealismo nem putaria.
 
"Fique de barba bem feita"
"A roupa passada !" "A face com um sorriso sem graça!"
"Você, rapaz, está numa escola de artes! nada de volúpia e sarcasmo!!"

















O ESPERADO (Ivan Silva; 23; 08; 2010)

Dessa vez eu afundei nuns poemas 
que nunca vi, falar, só boca de bueiro
mesmo. Se espera de mim, "fino",
atendimento na sua bunda elástica.

Não quero saber de tigelas ou meias.
Se espera de mim um cuspe de fogo,
um dedo sujo, catarro no ouvido,
três Marias que não sejam estrelas;

Se espera e desespera no silêncio
filho de uma puta decente onde já se viu!
Civilizado como um tarado sem prazer,

Surrado de punheta retardada,
Chegar-te há em algum lugar...
Enfim, onde a poesia seja o não-esperado.

AR-CONDICIONADO (Ivan Silva; 23; 08; 2010)

Não acredito! Que crença é essa?
Fudeu tudo feito traça?!
O Trapaceiro canga... O Esperto espia...
Aprenderão alguma coisa com isso

nem que seja eterno (?). Paranóia! Pára-nóia.
Estou liso como uma pilastra. 
"Nem sei mais o que cago." O que é óbvio não é bosta?
Tenho uma palhaçada e não te conto.

Vou explodir um dia desses, fazendo: PUM!
E a história se foi! PUM! E o dia banal desceu!
PUM! E olha a cara de balão!

PUM! E olha moça, morta de tesão.
PUM! E a rima não varia.
PUM! E não há mais nada que não seja PUM! 



















PALAVRAS SOB CORRETIVO (Ivan Silva; 23; 08; 2010)

Um papel caiu no chão, como se fosse
posto ali, na beira do abismo. Por origami
que fosse, apenas dobrado duas vezes.
Descrevê-lo faz parte do mau-humor.

Se não me engano, o vento fez a zomba:    (ria)
ô diacho! Quanto mais escrevo mais procuro
o fio capilar da escuridão. Desvendo 
um mistério a sangue frio. Inutilmente.

Só pra sair da roda gigante. Do furacão
de palavras. Dessa gente rotina, miserável
e sanguessuga de delicias. 

Que apreciam meia dúzia de rima, ou o 
número seis da página rasgada
corretíssima pra limpar o cú de um poeta.

(o que não me leva a lugar algum me deixa jogado e de bobeira: eu mesmo)


O ENCERRAMENTO DA COMÉDIA TARDIA (Ivan Silva; 25; 08; 2010)

A gente só quer entender uma linguagem
quando precisa dela... e é aí que entra
a filosofia, dentro do ralo da pia.
"Fé no plural é fezes."

"Eu quero ser poeta!" Bem mais que isso
é preciso fazer poesia. Ter uma perspectiva 
da própria tese, do próprio lado 
que agoniza, é ter a intenção precoce.

Inclinam os asnos e centopéias do destino,
garantidos de noção! Não acredite em mim,
mancebo, te chamei pelo nome só após ouvir o meu.

Muitas palavras que estão aqui, nesse soneto,
eram pra estar num livro publicado--Batendo um papo contigo,
o que mais eu poderia dizer: infelizmente.
















QUEM LÊ O QUE EU ESCREVO (Ivan Silva; 25; 08; 2010)

Ter me tornado medíocre foi a pior
façanha da face da terra. "Jamais esperei
por isso!”[E pra minha surpresa...
O tráfego de embriaguez é intenso.

Não passei por isso. [Confesso...
Que trema o cão de frio e vazio.
Estique ou não estique a canela,
o poeta tem uma preguiça tamanha.

É provável que o cão morra de aborrecimento.
O Seu patrão deve te achar um bom rapaz;
vendedor; honesto; humilde;

um homem de potencial. E o que é pior:
ele é um senhor piedoso. Fracamente! Se eu fosse o seu patrão
você já estaria no olho da rua. [Se é que a rua tem olho!

OUVINDO VIVALDI (Diego EL Khouri; 12,09,2010
 
Uma tremedeira desgraçada. Uma dor na alma.
Um lápis, um pincel não sustenta nada...
Uma corcunda mais chata, um chulé podre
e uma peidação mais vagabunda!
 
Livres anjos peladinhos voam
cantando suas canções, de pipiu de fora
flechando amores novos
e tirando meleca no nariz.
 
Uns anjos mais chatos.
Uma dor que não acaba, não acaba, não acaba.
Uma dor que me corta a alma
 
e uma dor que não acaba, não acaba, nã acaba...
E sobre céus de sangue vejo o rei dos anjos
e é você mancebo o anjo rei dos anjos
 
 









PATRÃO MAQUIAVEL (Diego EL Khouri; 12, 09, 2010)
 
Um desenho mais nenhum esboço.
Bosta sobre as águas e isso é cristianismo.
Pa! pum! caiu mais um dente!
Plim! Plom! aqui mais alguém diferente!
 
Patrão na face sobre cadáveres
longe do meu Moonlight Sonata que
 tanto me agrada. Cada alma é farta
de mentiras e guloseimas estragadas.
 
O patrão rouba minha alma.
Corrompe toda minha honestidade.
Me estupra com sua fala sem graça.
 
Tu, desgraçado, és o patrão
de si mesmo e vejo que isso é o que
nos distancia e que me incomoda em ti.
AS DESONRAS DE UM POETA SEM NOME (Diego EL Khouri; 12, 09, 201
 
Um anjo sorrateiro, sem cor e sem nome
no palácio sujo da minha alma come
as honras e desonras que trago comigo
desde a infância perdida e esquecido no infinito.
 
Abismo a dentro entro e entendo
o que esse silêncio fez comigo.
Uma cicatriz que não cicatriza
e uma dor que não alivia.
 
Poderia te triturar todo, mancebo.
Cuspir na sua cara não tem mais jeito.
A saliva mora dentro do peito...
 
Rezo resignado em doçura.
Renego deus, o mau e todo mundo.
Pra ti a vida é bela e o resto um opaco futuro.
 


















VALIDADE (Ivan Silva; 14 de setembro de 2010)

Ó seu sujo e trabalhoso. A vida é bela
à quem, Caro também? Desiluda
a palavra... Não existe boca nesse mundo
imundo que ainda a pronuncia.

Se a escuridão me beija e me puxa
dou-lhe um nó no rabo. Sei que proferir
é arrancar das mulheres a arte até que tal
matéria se reduza em feto.

E não afeto. Prestigio muito aquele que me condena
e é cruel. Quando eu me olho
e me vejo, percebo a cabeça que flutua,

nas mãos de um pérfido amaldiçoado.
É assim que me iludo:
ao lado vale tudo.

O COVEIRO QUE CHAMA (Ivan Silva; 14 de setembro de 2010)

Aguardei o seu silêncio como uma
criança na guerra. E o seu ataque repugnou-se
em meu sangue. Certa peçonha não bastou.
E a espada bramiu outra vez...

Ecos voaram sobre a carne suína como 
moscas varejeiras e delícias de si.
"Não me atormente homem valente"
Disse eu, o suposto anjo rei dos anjos.

Cuspir-me era mesmo inútil, pois os anjos
são sebosos e debochados.
Impertinente uma alma batia na porta,

e ao invés de arrombá-la, ameaçava para tal...
Investia o Satã na aposta, e Deus, revelava a si mesmo
um dos versos teus, mancebo, no escarcéu.














A METÁFORA CONHECIDA E RALÉ (Ivan Silva; 14 de setembro de 2010)

A tragédia que entedia nações gira
como uma moeda: se der cara, se olham
e se fazem de desentendidos, se der
coroa: é logo não entendem mesmo.

"Posso ver os burgos e os nobres, perdidos
na dança e na trança." "Incômoda e notória
música de Alemão." "Toma-se de mau gosto
o serviço escravo e subjugado."

"O escândalo e as beatas se agarram." "A bebida
as condena: traição." "Cilada em que cai as inocentes,
os doentes e os filósofos". "Época vivida não é lida." 

"Palavras se escolhem de boa vontade." "A maldade as acolhe
e as denuncia." "Que se repita mais uma vez
a cara e a coroa"--na metáfora: de quem for poeta.

INFESTAÇÃO E FRIGIDEIRA (Ivan Silva; 20; 09; 10)
Várias formas tomam conta do mundo:
parasitas, inocentes que encenam, indecentes
que morrem no hospital, e até os idosos
de corpo e sexo. O que pra isso não falha a memória.

É claro que a importância maior                  [e pior,
é caso de polícia... no meu serviço, eu abalo
as paredes que me escutam e me enxergam,
totalmente vendidas na linguagem.

Pastores se enojam como deuses
acostumados com a reverência da própria vizinhança
e levam insultos de bunda frívola.

--Eu quero me mudar... ficar longe dessa bagaça...
e ao tirar proveitos do mundo,
lançar nos olhos a desgraça de um demônio 






FACTÍCIO (Ivan Silva; 20; 09; 10)
A poesia não faz repercussão nenhuma:
somente os poetas é que levam isso adiante,
e, após um pequeno experimento, por menor que seja,
derrama-se na mesa o que é bom.

Vazio de todo não é mal, mas faz.
Principalmente a quem procura sedento,
de boca e feridas abusivas.                [Paralelo ao poema.
Perversão!

Alusão!
Luz!
Lua!

Lupa!
Noite!
e o Tudo mais inusitado

FAZENDO A CAMA (Ivan Silva; 20; 09; 10)
Vinho que trazia ablução, seco
Que trazia rima, e sobre o livro predileto
obrigava a quem soluçasse, cantasse,
delírios pueris de poeta.

Feito ou não assim dormia, e a sonhar,
gemia, consciente das vozes.
Pairava um ar de passado, e febre alegre
com a força amorosa que tem a morte.

E abraçava e apertava. Já com frio
e sentimento eterno, retorcia o corpo
e a cama.

E em palavras resumidas,
gritava,
depois ia deitar na eira.






PARA ALÉM DO QUINTO DOS INFERNOS (Ivan Silva; 04; 10; 10)

Eu sou tão patrão que ninguém
jamais afirmaria--marginal. Assim
não seria poeta, e não faria, 
de modo algum, poesia. (corretíssimo)

Pois aí não teria arrogância, 
ironia, fantasia, quimera feérica,
e quem disse isso a perigo de vida(?),
deixando de lado as questões mais abundantes:

Quem és tu pra dizer que eu sou patrão?
Come bosta, operariozinho, e vem me definir?
Acha mesmo que eu não sofro?

És o quê tu? Um poeta?
Ou um miserável que procura em mim
--a repugnância--o regozijo?

CANTO DE  УУ (Diego El Khouri; 04,10,2010)
У у у у у у у у у у у у у у у у у у у у у у у у уУ у у у у у у у у у
У у у у у у у у у у у у у  у у у у у у у у у у у уУ у у у у у у у у у
У у у у у у у у у у у у у У у у уу у у у у у у у у у у уУ у у у у у у у у у
У у у у у у у у у у у у у у у у у у у у

У у у у у у у у у у у у у у у у у у у у
У у у у у у у у у у у у уУ у у у у у у
У у у у у у у у у у у у у
У у у у у у у у у у у у

У у у у у у у
У у у у у у у
У у у у у у у

У у у у у у у
У у у у у у у
У у у у у у у
 






CANTO SEM VOZ (Diego EL Khouri; 04,10,2010)
 
Do português chulo que interpela
a morada de minha alma (fala)
canto somente a dor (amor)
de quem não fala, mas sim berra.

Belzebu tá com versos na calça.
És tu o operário da palavra?
Você espezinha sobre meu cárcere macabro.
Não posso ouvir mais nada.

Pelas auréolas que envolvem os santos
o prato escorre de quem canta
esse canto sem voz, essa poesia sem rima...

No coração não se planta amor
e sim essa rima sem cor, sem calor.
Quem mandou eu ser esse poeta sem sabor?

CANTO SEM DÓ (Diego El Khouri; 04,10,2010)
Canto sem dó. Aos poucos
vou definindo a faca. Essa tá amolada...
Aquela ficou na sua casa.
Vem. Se posta ereto. Queixo pra cima.

Olhar esguio. Mente translúcida.
Alma sem luz. Vem. Mostre teu puz
que pus na sua cara mil palavrinhas sem graça.
Olha. Solta um peido. Veja direito.

Ahh Eu vou te matar. Abre as pernas.
Vou lhe enfiar a faca. Cortar teus bagos
e te chamar de "pobre soldado."

Vomita logo na cara. Liga o rádio.
Stravinski na faixa? Eu acho é graça.
Gosto de comer catarro e ficar calado.





CANTO SEM PÓ (Diego EL Khouri; 04, 10, 2010)
Solto na Babilônia yo soy un hombre
da fascinação do it yourself.
Não faço frete pra ir em frente
nem xingo a prestação pra tanta gente.

Me humilhei para ti como um bicho
que come catarro e dá um sorriso.
Meu umbigo se foi, cicatrizes tenho um monte.
I am not dog not. Nota nova nota nobre.

Solto da maloca eles vivem no pó
e do pó voltarão. Sou Eduard mãos de tesoura
e não sou cachorro não.

Desliga a televisão. Feche a loja, mancebo.
Você fede sebo e eu sou cego reco-reco.
Je ne suis pas chien pas quero é ficar só (pó).
O TROCADILHO (Ivan Silva; 18; 10; 2010)O dia não se parece nada com ele mesmo:
buscamos algo mais que seja pouco, pouco,
menos que a luz. "Que venha a noite!”
 “Que caia raios e árvores se desmontem no chão.”

O Passado pela tempestade, a prisão pela
vaidade, o futuro dos humanos pela traição,
os ouvidos fervorosos pela boca podre,
a língua morta pela palavra do profeta.

O trocadilho pela agonia, e os cabelos
pelos pêlos, os olhos pela loucura,
a vibração pelo arrepio, a cabeça pelos pés

... pelos pés não, pelas mãos.
A cruz pelo deus pagão, e pelo Dioniso,
o diritambo do riso.






SONOPLASTA  (Ivan Silva; 19; 10; 10)
A fome distanciou o homem do seu paraíso,
deu vida ao apetite, e trouxe a esperança:
recondução para o lugar abandonado.
Abrindo a mente como uma nuvem

que descobre o céu envergonhado,
azul de tanta riqueza sem desfrute;
de tantas estrelas que, à noite,
não passam de estrelas cintilantes;

 “Que fossem pelo menos de brilhantes!”
Grita o nobre como um lojista, grita um lojista
como um igualitário, grita um igualitário

como um velho caduco, grita uma velha
se descabelando, grita, grita um anjo maluco
pecando sem asas que o macaco fugiu!
PENÚLTIMO CANTO – RASTRO DA NOITE (Diego El khouri; 03,11,2011)

Um tanto de excremento na noite infinda.
Perto das ilusões da vida. Sou poeta
E na falta de tempo estupro a métrica.
Minha vida está gasta e depois de tanto silêncio
Me vi nu, sem grana e amordaçado.

Os limites do território me seduzem.
Por que passei tanto tempo em silêncio?
É que a voz muda e ressecada
Me mostrou a real essência da alma.

Ainda perdido e cheio de chagas
Com ânsia de te aniquilar...
Mas a voz gasta é a arma do passado...

Melancólico sobre a lua bandida
Com o falo murcho perante a agonia
Recolho para dentro de mim todos os dias


ÚLTIMO CANTO – DENTRO DA NOITE (Diego EL Khouri; 03,11,2011)

Poesia boa ou ruim. Eis o tratado desse duelo.
Meu egoísmo é complexo
Já que eu te xingo apenas em versos.
Soneto sem dente e métrica.

Fui ao longo dos dias metrificando
Dentro das formas fixas o poema
Que desde sempre exorcizou minha vida
E o que ficou? O que sobrou?

Há jovem guerreiro, ambos na chuva
O cigarro molhado
Ouvindo Sunshine de alma  parada.

A chuva molha nossos cabelos
E percebemos que somos poetas
Que não precisamos de regras e sim que as chagas enfim se fechem.






2 comentários:

  1. caralho! vou ter que imprimir isso pra ler com calma.

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  2. Li um bocado desse... Molho Livre hoje.
    Resultado: Sem històrinhas, nem cantigas de roda.
    Eu... entendo de rascunhos.
    Beijo,
    Ci

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