Por: Diego El Khouri
"a poesia reabre em mim
a porta que nunca fecha".
Edu Planchêz
anjos em farrapos
nas trêmulas mãos do abismo
acariciam traças, estrelas
atravessam janelas
ruas rotas,
lixos grudados
em olhos esbugalhados
crianças nos semáforos
corações perdidos
a pipa no céu
um raio, um clarão
que cântico fere
para a órbita estrelar
as infinitas tripulações
de ashtar sheran
"o sol que mais brilha"?
que pensamentos,
nuances, formas
acorrentam desejos
em cápsulas translúcidas
de fina diurna seda?
xamã ao longe
se escuta o cântico
alabastro-ônix
heródoto, a mente pulsante
oferece à história
"frascos de essências"´
perfumes primaveris
Heródoto, "o pai da história"
hecatombe industrial
guerra: sangue, mortes
refugiados de todas paragens
" voz milenar de capela"
melodia transcendental
nuvens cósmicas la noche
adentro adentra luz
"os cabelos em desordem"
(canto terceiro de Sousândrade)
para o relicário do verso
uma alma rebenta de amor
sou teu e de mais ninguém
ninfa dos sonhos
laboissiere encantada
elixir do delírio contínuo
sou teu, anjo subliminar
"apartamentos acesos", casas, janelas
as ruas revoltas
grandes passeios nas ruas da alma
cheiro inebriante
"as cores da paleta"
reverberam sonhos
delírios de poeta
"apocalypse now"
intracelular
/extra terrestre/
guerreiros de ashtar sheran
"o sol que mais brilha"
pousa nas imensidões da terra
cânticos de amor
pinceladas criam espaços
pinceladas frenéticas
tintas sobrenaturais
pinturas, vertigens
palavras na atmosfera
ashtar sheran,
" a infância precisa ser eterna?"
olhos gentis
(brando/leve)
a poesia é o canal
a faca/ cara nua
furacão
o sol brilha, resplandece
(sutra de lótus)
daimoku no café da manhã
louças sujas/quase limpas
pão com manteiga
poesia na sola do pé
palheiro na contramão
café preto, forte
gosto de hortelã
poesia nos teus lábios, mulher
na minha paixão elétrica
no desejo tempestivo de calor
nas aleluias em volta da lâmpada
na folha humilde que cai
do tronco: a seiva imortal
que cria vida e fome
"no vento veloz de neal cassady"
"guerreiro do anoitecer"
nas múltiplas abstrações das formas
— contemporâneas aliadas
ao classicismo mortal das aranhas —
***
te amo mulher,
doce ninfa dos sonhos
acima da morte
bem perto da vida.
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