quinta-feira, 18 de abril de 2019

POR: DÉBORA LEÃO


Uma hora negativa a mais,
um passo em direção ao abismo,
um sonho sonhado somente,
um plano traçado,
o coração apertado.

Sempre me pego com cenhos franzidos,
a mão sobre os lábios contraídos,
com ar perturbado,
preocupado,
vazio.

Mil possibilidades pensadas mas nenhuma ação.

E estou impressionada com o quanto minha escrita está rasa.
Mas essa deve ser uma das consequências de ser normal.
Ser raso. Superficial. De sorriso maquinal.
A falta da emoção exacerbada, do romantismo escancarado,
do carnal sucumbido...
Do nó no peito, no coração, na mão fria e trêmula,
do rosto corado, dos lábios desejosos,
do olhar que fura a alma, do silêncio mórbido aconchegante,


O riso fácil, alto, escancarado, frenético, tenso,
com olhos esbugalhados à procura de aprovação,
frases soltas redundantes recortadas de frases vazias,
opiniões severas, partidos bem tomados,
definições bem dadas,
rótulos estrategicamente impostos;

Não posso eu somente ser somente brisa
que passa despercebida
acariciando pedras, água e pêlos?

(31, Maio, 2017)


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